Em sua apresentação no Eurovision-2019, em Tel Aviv, a artista causou uma enorme polêmica quando, no final da performance, colocou dois dançarinos caminhando lado a lado, um usando a bandeira de Israel e o outro a da Palestina. A intenção da cantora foi passar uma mensagem de paz entre os povos, mas a reação do regime israelense foi de criticar a artista por exibir a bandeira palestina em uma transmissão ao vivo. A ministra da Cultura israelense, Miri Regev, considerou isso um “erro”, uma “falha’’, evidenciando a politica antidemocrática, cruel e excludente do Estado de Israel.
Esse posicionamento da artista foi uma tentativa de ficar bem com os dois lados em conflito, que opõem os ocupantes sionistas e palestinos ocupados desde 1948. Por isso recusou-se a aderir ao movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), internacional e não violento, que tem como objetivo pressionar Israel por liberdade, justiça e igualdade ao povo palestino, que sofre com as políticas racistas e supremacistas do regime sionista israelense.
O festival foi sediado apenas 70km de onde (Gaza) Israel comete crimes de guerra diariamente contra os palestinos, levando 80% dessa população a precisar de ajuda humanitária para sobreviver.
Ilustração de Carlos Latuff que mostra um soldado israelense assistindo a Eurovision, sentado em um pilha de corpos palestinos.
Além disso, Israel mantém 1,8 milhão de palestinos em Gaza sob cerco hermético e ilegal, negando-lhes, por motivos políticos, direitos humanos essenciais, como acesso à água, comida e medicamentos, suprimentos distribuídos em abundância aos cidadãos judeus.
Por isso afirmamos que o regime israelense de ocupação militar, colonialismo e apartheid usa o festival anual Eurovision como parte da sua estratégia de ‘Brand Israel’, que tenta mostrar ‘a face mais bonita de Israel’ para desviar a atenção dos crimes de guerra contra os palestinos.
Mas ate mesmo essa estratégia de marketing mentirosa ficou clara com a declaração da ministra da cultura Miri Regev, onde qualquer mínima tentativa de critica é motivo de censura.