Morreu na manhã desta quarta-feira (09) a cantora Gal Costa. A informação foi confirmada pela assessoria da cantora. Musa do Tropicalismo, uma das grandes vozes da MPB, a cantora teve um mal súbito. Intérprete de inúmeros sucessos, ao longo da carreira gravou canções de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Cazuza.
Há um mês, Gal Costa havia suspendido sua agenda de shows até o final de novembro, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita. A cantora era uma das atrações do Primavera Sound que aconteceu no último 5 de novembro.
Em setembro, Gal Costa foi uma das principais do festival de música Coala, no Memorial da América Latina em São Paulo. No palco, a cantora chamou a atenção para o primeiro turno das eleições que aconteceria em algumas semanas. “Daqui a 15 dias a gente escolhe nosso presidente. Vamos votar direitinho, vamos votar com sabedoria e com inteligência. Vamos votar sem ódio e vamos votar com amor. Vamos lá!”, disse ela fazendo a letra “L” com as mãos fazendo referência ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, agora eleito presidente. Na sequência, a artista cantou Brasil, de Cazuza.
Na década de 1970, Gal tornou-se musa dos hippies. Com pouca roupa e muita coragem, botava uma flor no cabelo, tomava um violão e encarava o palco sozinha, de pernas abertas. Trouxe o guitarrista Lanny Gordin para lhe fazer companhia entre solos dignos de Jimi Hendrix e encarou a plateia entoando algumas canções à capela.
No disco seguinte, Índia, Gal apareceu seminua na capa, regravou a guarânia que dava nome ao álbum, ousou imitar sons de pássaros e fechou os trabalhos com a já saudosa “Desafinado”, de João Gilberto. Mulher de fases, Gal amadureceria como cantora no final da década e trocaria a onda hippie por uma aparência e um repertório mais comerciais, aproximando-se do pop e da música romântica, consolidando-se como fiel representante do que viria a ser a MPB na década seguinte.
Com informações de memoriasdaditadura.org.br