Nesta quarta-feira (19), em encontro com o candidato a vice-presidente, general Braga Netto, foram distribuídos a evangélicos folhetos antipetistas. O evento aconteceu em uma igreja na região da Pampulha em Belo Horizonte.
O evento contava ainda com a presença de outros bolsonaristas como o governador Romeu Zema (Novo), o eleito deputado Nikolas Ferreira (PL), Bruno Engler (PL) e Cleitinho Azevedo (PSC).
No encontro, Braga Netto, em discurso para os fiéis, declara que estava “desconfortável” em pedir votos em igrejas. “Me sinto desconfortável de falar de política numa casa de Deus, mas só estou nisso porque acredito que os valores que defendemos estão em jogo”. O candidato segue o discurso e comenta que “mesmo constrangido, eu venho aqui pedir aqueles que acreditam no trabalho que tem sido feito”. O candidato só passou a fazer esse tipo de declarações em seus discursos após a condenação de alguns fiéis devido a transformação de templos religiosos em comícios políticos.
Braga Netto finaliza agradecendo a todos que depositaram seu voto em Bolsonaro no 1º turno, mas pede para que os evangélicos continuem a pregação para além da igreja na campanha para o 2º turno, evidenciando o medo que apresentam da vitória do candidato Lula.
Nikolas Ferreira também se apresentou em um discurso durante o evento que contava, em sua grande maioria, com falas contra o aborto. “Aquilo que você fala pode gerar vida ou gerar morte. Está nas nossas mãos, nessa eleição agora, a decisão se nós vamos colocar alguém que depois pode aprovar, por exemplo, o aborto e cada criança morta é sangue nas suas mãos”. Nota-se que o discurso do deputado não faz o menor sentido, visto que o PT permaneceu no poder por 14 anos e nenhuma medida a respeito da questão da legalização do aborto foi aprovada.
O mesmo pode ser observado com relação à liberação das drogas, bolsonaristas afirmam que essa e uma possibilidade em um governo Lula. Contudo, não nenhum projeto que caminhava nessa direção durantes os 14 anos em que o PT se manteve no poder.
Nos folhetos, Lula é acusado também de “legalizar práticas imorais com crianças e animais” (pedofilia e zoofilia). Enquanto Bolsonaro seria o responsável por “acabar com a corrupção no governo” e “valorizar a família tradicional que Deus criou”.
É interessante observar que, nessa semana, passou a circular um vídeo do atual presidente comentando o fato de “ter pintado um clima” entre ele e meninas de 14 e 15 anos. Fato que associa Jair Bolsonaro a prática como a pedofilia e, não, Lula.