Em ação coordenada pelo Juntos, estudantes de São Paulo e de Brasília decidiram comemorar seu dia para intervir no espaço público, trocando placas com nomes que homenageiam pessoas com posições racistas e eugenistas.
A avenida Dr. Arnaldo, assim batizada em homenagem a Arnaldo Vieira de Carvalho, fundador da Faculdade de Medicina da USP e integrante da Sociedade Eugênica de São Paulo (movimento racista que defendia o branqueamento da sociedade) foi a que mereceu maior atenção.
Os estudantes substituíram placas da avenida e puseram em seu lugar placas com o nome da biomédica brasileira Jaqueline Góes de Jesus, que participou da equipe responsável pelo sequenciamento genético do coronavírus nos primeiros casos de Covid-19 na América do Sul.
Na avenida Vital Brazil, também em SP, que homenageia o fundador do Instituto Butantan e membro da Sociedade Eugênica, as placas foram substituídas pelo nome da escritora negra Maria Carolina de Jesus.
Em Brasília, a Ponte Costa Silva, que leva o nome do ditador militar dos anos de chumbo (em seu governo foi editado o famigerado AI-5) amanheceu nesta quarta-feira batizada de ponte Honestino Guimarães, referência ao líder estudantil que lutou contra a ditadura, foi perseguido pelo regime militar e desapareceu em 1972.
Em nota assinada pelos movimentos Juntos! Correnteza e Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), os estudantes disseram que
“é necessário homenagear os verdadeiros heróis da sociedade, aqueles que lutaram contra a ditadura militar, e não aqueles que mataram em seu nome”. O grupo afirmou que segue “o exemplo daqueles que queimaram Borba Gato em São |Paulo”.
Fotos: Rosa Batista, Erick Araújo e Camila Souza