Por Jamil Chade, correspondente – O Estado de S.Paulo
A China fez um duro alerta ao presidente eleito Jair Bolsonaroe apontou que, se a opção do Brasil em 2019 for por seguir a linha de Donald Trump e romper acordos com Pequim, quem sofrerá será a economia brasileira.
A forma encontrada pela China para mandar o recado foi a publicação de um editorial em seu principal jornal estatal, com versão em língua inglesa. No China Daily, o texto não deixa dúvidas da irritação que Bolsonaro já criou em Pequim. O jornal é uma espécie de porta-voz ao mundo do governo chinês e usado para mandar mensagens a parceiros.
Segundo o editorial, as exportações brasileiras “não apenas ajudaram a alimentar o rápido crescimento da China. Mas também apoiaram o forte crescimento do Brasil”. Para os chineses, portanto, criticar Pequim “pode servir para algum objetivo político específico”. “Mas o custo econômico pode ser duro para a economia brasileira, que acaba de sair de sua pior recessão da história.”
“Ainda que Bolsonaro tenha imitado o presidente dos EUA ao ser vocal e ultrajante para captar a imaginação dos eleitores, não existe razão para que ele copie as políticas de Trump”, alertaram os chineses. O jornal admite que existem especulações sobre o futuro das relações entre os dois países.
Bolsonaro, ao longo da campanha presidencial, criticou a China. Em fevereiro, ele ainda visitou Taiwan, o que deixou Pequim irritada. Sabendo que Bolsonaro poderia ser um forte concorrente para a Presidência, a embaixada chinesa enviou uma carta de protesto. Nela, Pequim expressava sua “profunda preocupação e indignação” e alertava que a visita era uma “afronta a soberania e integridade territorial da China” e “causa eventuais turbulências na Parceria Estratégica Global China-Brasil, na qual o intercâmbio partidário exerce um papel imprescindível”.
Agora, segundo o editorial, empresários chineses operando no Brasil e autoridades em Pequim vão se colocar a pergunta: “até que ponto o próximo líder da maior economia da América Latina vai afetar a relação Brasil-China?”
“Essa é uma pergunta pertinente. Afinal, Bolsonaro é apresentado por alguns como um “Trump Tropical”, uma pessoa de direita que não apenas endossa a agenda nacionalista de Trump, mas pode copiar uma página de seu guia”, diz o texto. “Ele (Bolsonaro) prometeu dar preferências a acordos bilaterais e mudar a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém”, indicou o texto do editorial.
“Além disso, ele se mostrou menos que amistoso em relação à China durante a campanha. Ele apresentou a China como um predador buscando dominar setores-chave da economia brasileira”, destacou.
“Não é uma surpresa, portanto, que as pessoas estejam se questionando se Bolsonaro irá, como o presidente americano fez, dar um golpe substancial à relação mutuamente benéfica Brasil-China”, insistiu.
Os chineses deixaram ainda claro que não acreditam que promessas feitas em campanhas eleitorais fiquem apenas pelo caminho antes do voto. “Ou que o Bolsonaro presidente coma naturalmente as palavras extremas do Bolsonaro candidato”, alertam.
“Ainda assim, esperamos que quando ele assumir a liderança da oitava maior economia do mundo, Bolsonaro olhe de forma racional e objetiva para o estado das relações Brasil-China”, disse. “Ele se daria conta que a China é seu maior mercado exportador e primeira fonte de superávit comercial”, escreveu o jornal. “Mais importante: as duas economias são complementares e dificilmente competidores.”
Luiz Carlos P. Oliveira
31/10/18 at 21:15
Lula viajou pelo mundo inteiro para formar parceiros econômicos. África, Ásia, Oriente Médio. Isso fez com que não ficássemos na dependência do bom humor do governo norte americano. A participação dos EUA na nossa exportação caiu quase pela metade. Não, fascistas, não é que tenha diminuído as importações americanas do Brasil. Apenas a participação deles diminuiu, devido a abertura destes novos mercados (que droga ter que “desenhar” para dementes). Os EUA sempre foram predatórios com seus parceiros comerciais. Cobravam 10% de sobretaxa sobre nossos calçados, suco de laranja, entre outros produtos. O PT conseguiu negociações mais justas. Hoje, com o Temer, diminuímos a exportação de aço e aluminio para eles para “fugir” (grande merda) da sobretaxa de 25% sobre estes produtos. E agora vem um incompetente que vai entrar em litígio comercial com a China – e, consequentemente – com o BRICS. Sem falar da fusão do Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente. Resultado dessa infeliz ideia: soja e pecuária serão afetadas violentamente, fechando nossos mercados externos. Bom proveito, plantadores de comodities (soja) e gigolôs de vaca (pecuaristas). Esse é o “jênio” antiPT que vai salvar vocês. Só estou esperando o bloqueio de estradas pelos seus tratores e colheitadeiras, comprados com juros subsidiados por aquele que “quebrou” o Brasil. Esse, agora, vai quebrar vocês, suas antas.