Nota de uma resistência militante de vozes que não se silenciam!
Minhas amigas e meus amigos,
Lutamos com todos os recursos que tivemos por uma candidatura própria do PT. Nos colocamos com a coragem de quem compreende a convocatória deste momento histórico, a responsabilidade que precisamos ter com os trabalhadores e trabalhadoras de nosso país e de nosso estado. Nos apresentamos com o firme propósito de defender a Democracia, pela liberdade de Lula, pelo seu direito de ser candidato e de ser Presidente do Brasil.Lutamos para que o PT pudesse protagonizar a alternativa política, na defesa de um projeto de desenvolvimento justo, solidário, democrático e popular para Mato Grosso. Fomos vencidos! Vencidos na Executiva Estadual que, embora dividida, obteve a maioria dos votos para interditar nosso projeto de candidatura própria. Foram 7 votos contra 9.
Apresentamos recurso contra a aliança junto à Executiva Nacional.
Para os companheiros e companheiras do coletivo da candidatura própria, além de recorrer contra a decisão da aliança, era necessário que nos colocássemos para a candidatura a Deputada Federal, uma vez que o recurso poderia não ser acolhido pela Executiva Nacional e, é importante participar das eleições, como estratégia de resistência ao golpe, defesa da Democracia, da liberdade e da candidatura de Lula. Continuar a luta no processo eleitoral, não recuar. Entretanto, a Executiva Estadual, impôs a exclusão do meu nome, sob o argumento de que o PT poderia ter apenas um nome na chapa de federal. Uma tentativa de banimento político, uma regressão democrática inaceitável. Apresentamos o segundo recurso à Executiva Nacional.
Em votação no final do dia de ontem, a Executiva Nacional não deu provimento ao recurso contra a aliança e perdemos por 8 votos a 9. Esgotamos a possibilidade de luta pela candidatura própria, lamentavelmente. Solicitamos, então, a apreciação do recurso contra a exclusão do meu nome da chapada de Federal. Não foi fácil a aprovação. O recurso foi votado quatro vezes e, em três das votações houve empate. O impasse se instalou na reunião da Executiva Nacional. Mato Grosso pautou a reunião durante toda tarde e noite do domingo e, apenas às 22:37h, depois da discussão do recurso do PT de Rondônia é que houve a última votação e, finalmente, nosso recurso foi aprovado por 10 votos a 9, determinando à Executiva Estadual a inclusão do meu nome na lista como candidata a deputada federal.
Foi uma longa batalha contra nossa interdição, contamos com o apoio de lideranças nacionais dos movimentos sociais (CUT, MST, da educação), mobilizados pelos companheiros desses movimentos em Mato Grosso. Além disso, mobilizamos membros da direção nacional para revertermos a violência imposta a nós em Mato Grosso, perpetrada por quem tem poder. A batalha foi travada entre Cuiabá e São Paulo durante todo dia. Algo de extraordinário aconteceu: rompemos o silêncio e o rolo compressor imposto pela maioria da executiva estadual que queria silenciar as vozes dos que defendiam candidatura própria. Nunca antes a militância, desprovida de poder de mandatos conseguiu tal feito.
Por que ser candidata numa aliança contra a qual combatemos fortemente? Porque apesar de sermos obrigados a aceitar a decisão das instâncias do partido, não é razoável abandonar a luta, mesmo nas condições impostas.
Não é razoável aceitar o silenciamento imposto. Lula precisa de nós nestas eleições, precisa de um palanque, de uma defesa da militância e de espaço para essa defesa, precisará também de uma bancada de deputados e deputadas federais comprometidos/as com os interesses dos trabalhadores e das trabalhadoras para que possa governar.