Moradores da favela do Moinho, próximo do Bom Retiro na região central de São Paulo, realizaram hoje mais cedo um ato após intervenções da PM na comunidade nos últimos dias e prisões de moradores.
Um morador contou o que ocorreu “Eles estão desde a semana passada entrando na favela, a BAEP. Eles estão praticando opressão na comunidade, nos barracos de moradores que nao têm nada com o que eles dizem que estão vindo buscar. Teve moradores forjados, teve moradores agredidos. Hoje teve um pequeno confronto porque eles forjaram 3 meninos e a população desceu pra acompanhar até a frente da favela. Eles saíram da favela tacando bomba, dando tiro de borracha”.
Após o ato, vídeos de um pelotão da polícia militar atirando bombas e balas de borracha começaram a circular nas redes. Relatos de moradores contam que polícias cercam a comunidade desde as oito da manhã.
“Em meio ao Coronavírus a Favela que menos recebe apoio é o Moinho. O fundão da Favela praticamente não tem apoio. Nos adianta entregar 50 cestas e fazer ‘auê’. A Favela tem cerca de 6 mil pessoas e tudo o que o Dória quer é tirar a comunidade de lá pra dar à especulação imobiliária” contou Luiza Rotbart organizadora de grupo de voluntários da favela do moinho.
Outro morador confirma que a PM agiu de forma truculenta dentro da comunidade “hoje levaram 2 pessoas presas pra fora da comunidade. Dentro da viatura eles estavam agredindo, falando que iam matar, querendo informação. Aí a população se revoltou e foram no sentido da viatura, aí os policiais foram embora. A população não conformada, foram pra ponte Engenheiro Gurgel na Rio Branco e tentaram parar o transito em forma de manifestação. Chegou a tropa de choque, a força tática, aí começou o confronto”.