Denúncias acerca de operações policiais impedindo o eleitorado de votar estão sendo divulgadas nas redes socias por todo o país. Comunidades indígenas do município de Novo Repartimento, no Pará, e do Parque Indígena Xingu, em Mato Grosso, também estão sendo impossibilitados de exercer sua cidadania neste segundo turno. De acordo com informações preliminares, 3.500 mil indígenas foram impedidos de votar até o momento.
Na Terra Indígena (TI) Parakanã (PA), 500 eleitores não conseguem transitar até a cidade, por ameaças a suas vidas ou pela ausência de transporte. “Atualmente encontram-se prisioneiros em seu próprio território, um tipo de ‘cárcere privado’. (…) Os Awaetés não puderam exercer seu direito ao voto no primeiro turno e certamente não o farão no segundo turno, dia 30. Não obtiveram segurança, transporte ou mesmo a alteração de suas zonas eleitorais para espaços mais próximos das aldeias ou condições mínimas de participação”, relatam docentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), que mantém vínculo com o povo Awaeté-Parakanã.
Eleitores das etnias Kawaiwete, Kisidjê, Kalapalo, Matipu, Nafukuá e Kuikuro, residentes do município de Querência (MT), não conseguiram votar neste domingo (30/10) por conta da ausência de ônibus para realizar o deslocamento dos indígenas. Vale destacar que o prefeito da cidade é o empresário do agronegócio e bolsonarista Fernando Gorgen (União Brasil) e suspendeu o transporte público em terras indígenas em Querência.
“No primeiro turno eles viram que nós povos indígenas votamos mais para o Lula, por isso que eles não queriam, estão botando essa dificuldade que a gente não vá votar no segundo turno, estamos muito bravos e nervososos”, disse o cacique de Siraium Kayabi, de uma comunidade de etnia Kawaiwete na região. Segundo o cacique, pelo menos 3 mil indígenas do Xingu foram afetados pela decisão criminosa de suspenção do transporte pelo prefeito do município.
“Um dos municípios que tem a maior população indígena do Xingu, que é Querência, está dizendo que não vai buscar o pessoal, não”, afirmou o líder indígena Watatakalu Yawalapiti. O juiz auxiliar da presidência do TRE-MT, Bruno Marques, declarou ao jornal O Globo, que a logística dos ônibus foi prejudicada pelas chuvas que atingiram a região.
Informações recebidas pelo portal MidiaJur colocam que os ônibus só foram disponibilizados depois que advogados indígenas foram até os cartórios eleitorais registrar as denúncias.
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