Nesta segunda-feira (17) teve início o julgamento de Neymar pela sua transferência do Santos para o Barcelona em 2013. O jogador do Paris Saint-Germain (PSG) está sendo acusado pela empresa DSI, que detinha 40% dos direitos econômicos do jogador quando ele estava no Santos, por “corrupção entre particulares”.
Neymar compareceu à sessão, mas ficou no local por apenas 1 hora e meia e foi então liberado para voltar a Paris. O pedido de liberação do atleta foi feito pela sua defesa, que alegou que o jogador estaria cansado por ter jogado contra o Olympique de Marselha até as 23h de ontem. Depois da partida, o atleta passou pelo controle antidoping e por isso teria dormido muito tarde.
O caso, julgado pela Justiça europeia, está previsto para acabar no dia 31 de outubro, a menos de 3 semanas antes do início da Copa do Mundo. Caso Neymar seja condenado com a pena máxima, pode ser impedido de participar dos jogos no Qatar e inabilitado de jogar na Europa pelos próximos dois anos.
O depoimento de Neymar está agendado para acontecer nesta sexta (21) ou na próxima (28). Ainda não há informações sobre a forma como esse relato será feito, mas há chance de que não aconteça de forma presencial.
Além do jogador, o ministério público da Espanha também apresenta acusações contra o Santos, o Barcelona, a empresa NN Consultorias (empresa dos pais do atleta), Sandro Rosell (ex-presidente do Barcelona), Josep Maria Bartomeu e Odílio Rodrigues (ex-presidente do Santos). As acusações são feitas com base em supostas irregularidades na transferência de Neymar entre os times.
Entenda o caso
Em maio de 2013, a venda de Neymar ao Barcelona foi supostamente realizada por 17,1 milhões de euros. O grupo DIS, que administrava a gestão econômica do jogador, teria o direito de receber 40% desse valor, o que corresponderia a 6,84 milhões de euros.
Tempos depois, o Barcelona revelou que a compra, na realidade, foi feita no valor de 57 milhões de euros, sendo que os quase 40 milhões reais de diferença teriam sido transferidos para a NN Consultorias. Em 2016, foi feito um acordo para evitar a existência de um julgamento sobre o caso e o Barcelona concordou em pagar uma multa de 5,5 milhões de euros para a DSI.
Investigações realizadas no período revelaram que a compra de Neymar para o Barcelona teria sido feita, na realidade, no valor de 86 milhões de euros. A diferença de valores teriam sido escondidos em contratos paralelos. Assim, a DSI deveria ter faturado 34 milhões de euros com a transferência do jogador. Por esse motivo, a empresa argumenta que foram feitas manobras para reduzir esse valor.
Em vídeo realizado pela defesa do jogador, são negadas todas as acusações feitas contra Neymar. A principal linha de defesa de seus é o fato de a “corrupação privada” não ser crime no Estado brasileiro e, mesmo na Espanha só passou a ser ilegal a partir de 2014.
A DSI pede que Neymar e a NN Consultorias paguem uma multa de 15 milhões de euros.Além disso, o atleta pode receber 2 anos de reclusão e inabilitação profissional no território europeu. Em caso de pena máxima, há a possibilidade do jogador, já convocado, não poder jogar pela Seleção Brasileira.
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