Em uma entrevista dada à revista IstoÉ Gente em 2000, Bolsonaro defendeu direito ao aborto. O presidente, que tem como lema “Pátria, Deus e Família”, também admtiu na entrevista que sua primeira relação sexual havia sido com uma garota de programa e, que embora seja católico, raramente ia à igreja. A repórter na ocasião era Cláudia Carneiro. Bolsonaro tinha 44 anos, estava em seu terceiro mandato como deputado federal e ganhava destaque na mídia por causa de declarações polêmicas, como falas em que defendia o fuzilamento do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Por Emanuela Godoy
Ao ser questionado sobre a legalização do aborto, Bolsonaro respondeu: “Tem que ser uma decisão do casal”. Então Cláudia perguntou se Bolsonaro já havia passado por alguma situação em que o aborto fosse necessário. O então deputado federal respondeu que sim. “Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi de manter. Está ali, ó”, respondeu apontando para uma foto de Jair Renan, filho que ele teve com Ana Cristina Valle.
Bolsonaro é hipócrita
Uma das bandeiras que Bolsonaro mais levanta na campanha de 2022 é a pauta anti-aborto. É para agradar ao eleitorado evangélico. Uma hipocrisia. Até no enterro da rainha Elizabeth II, ele fez questão de discursar contra o aborto, embora esse tema não tivesse nada a ver com o luto que o povo britânico vivia. A imprensa inglesa viu nesse gesto um desrespeito imenso à família real. Durante ato em Belém (PA), em setembro, Bolsonaro também destacou que sempre defendeu a vida. “Nós dizemos ‘não’ ao aborto. Nós dizemos ‘não’ à ideologia de gênero. Nós dizemos ‘não’ à legalização das drogas”, disse na ocasião. Quem te viu, quem te vê!
Bolsonaro também já defendeu educação sexual obrigatória nas escolas
Em matéria exclusiva publicada pelos Jornalistas Livres, a jornalista Laura Capriglione expôs como Bolsonaro defendeu educação sexual obrigatória nas escolas e esterilização de casais. Em abril de 1992, em um discurso pronunciado na Câmara dos Deputados, propôs a educação sexual obrigatória, a esterilização de casais e outros métodos, como forma de conter o crescimento da população. Nessa ocasião, Bolsonaro também chegou a defender pílulas abortiva.
Bolsonaro enfatizou que as religiões não deveriam opinar sobre essas questões, ou seja, defendeu a separação entre a religião e o Estado, coisa que hoje renega. Ele mudou? Não! Ele fala o que os pastores mais conservadores mandam que ele fale. Um oportunista. Em seu discurso, Bolsonaro pediu que a educação sexual e o controle populacional fossem tratados “sem demagogia (…), porque de nada adiantam nossas convicções religiosas (…), quando está em jogo sem dúvida uma questão bem mais grave e que interessa à segurança nacional”.