A Polícia Civil do Mato Grosso encontrou na manhã desta quinta (08) o corpo de Benedito Cardoso dos Santos de 44 anos, morto a facadas na zona rural do estado. O assassino confesso, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, fugiu após cometer o crime, mas foi preso quando procurou atendimento em uma unidade de saúde. A motivação do crime foi uma discussão política no último 7 de setembro. Benedito era apoiador do candidato Lula e Rafael do presidente Bolsonaro.
A vítima e o assassino eram colegas de trabalho. De acordo com a Policia Civil, a discussão virou um confronto corporal, Benedito teria dado um soco em Rafael, que pegou uma faca e golpeou o petista 15 vezes no olho, na testa e no pescoço. Além de ter esfaqueado a vítima até a morte, o bolsonarista teria tentado decapitar o colega com um machado.
Rafael procurou atendimento médico, pois estava com um ferimento na mão. O hospital chamou a policia que prendeu o suspeito. A justiça já determinou a prisão como preventiva do apoiador do presidente Bolsonaro, que deve permanecer preso até o julgamento.
O juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes declarou na sua decisão que “A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie. A liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”.
O suspeito também responde pelo crime de latrocínio, roubo seguido de morte, na 3ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.
Bolsonarista mata
Esse não é o primeiro caso de morte causada pela intolerância política. Na quinta-feira, 1º de setembro, o cabo da Polícia Militar Vitor da Silva Lopes, de 37 anos, atirou contra o fiel Davi Augusto de Souza, 40, durante culto religioso no templo da Congregação Cristã no Brasil, em Goiânia. Davi vinha reclamando de o pastor fazer discurso político dentro da igreja. Em suas pregações, o pastor pedia votos em Bolsonaro e proferia mentiras sobre o PT e candidaturas de esquerda em geral.
Em julho deste ano, Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, foi assassinado durante sua festa de aniversario por um apoiador de Jair Bolsonaro.
Em virtude do crescente número de casos de violência política e do discurso de ódio, em agosto deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral proibiu a posse de armas em um raio de 100 metros das sessões eleitorais. Os ministros votaram com unanimidade na proposta de Ricardo Lewandowski, vice-presidente do TSE. A medida é válida 48h antes e 24h depois do dia da votação, a única exceção é para os órgãos de segurança pública. O presidente do TSE Alexandre de Moraes reforçou que a proibição tem objetivo de “garantir a segurança no período eleitoral, ao eleitor, aos mesários, para que possam trabalhar em absoluta segurança”
