O governador eleito Witzel chegou a espalmar as mãos para o céu, enquanto o Major Capelão José Geraldo Borba abençoava a escola, naquele que foi o mais assustador discurso do dia: “Deus, o senhor das ciências leva-nos a conhecer, de diversas maneiras, o conhecimento. Que nossos administradores militares, na educação de nossas crianças, adolescentes e jovem, ensinem corretamente a harmonizar a vida humana com a verdade evangélica, para que os educandos possam não somente preservarem a verdadeira fé em seus coração como professá-las em seus costumes na prática. Nossa intenção é pedir a Deus que os alunos encontrem em seus professores a presença do mestre Jesus Cristo, de modo tão marcante que enriquecidos de cultura humana, divina e militar, se tornem aptos e preparados para ensinar e ajudar os irmãos”.
Ao fim da cerimônia, famílias de moradores da região se apertavam para tentar ver Jair Bolsonaro mais de perto. Uma mãe reclamava do filho, uma criança negra de não mais que 5 anos de idade: “Só vim porque ele queria ver o Bolsonaro”. Do lado de fora, moradores tiravam foto com um boneco de Bolsonaro, enquanto o vendedor de produtos, gritava “mito” bem alto e distribuía bandeiras do Brasil para a criançada.
Ainda deu tempo de conversar com a tenente-coronel Nádia, que será a diretora da escola. Ao ser perguntada se a instituição receberia civis, ela cometeu um ato falho que explica bem o que se passou no dia de hoje: “Não, só militares”, ao querer dizer que eram apenas “filhos de militares”. Logo depois disse que a intenção era que, à tarde, filhos de civis pudessem realizar atividades de outros projetos, mas “seguindo nosso modelo”.
– Tenente, haverá alguma grande diferença do ponto de vista educativo?
– Nada diferente do que fazíamos há 30 anos nas escolas públicas.
– É um modelo antigo, então?
– Não é um modelo antigo. É um modelo que funcionava bastante. Respeito aos professores, família participando.