O caso é típico destes tempos de Bolsonaro. É a cultura da violência fazendo mais vítimas. Agentes penitenciários sofreram torturas e outros abusos em Belo Horizonte e região metropolitana, durante o Curso de Operações Prisionais Especiais (Copesp), conforme denúncia do Sindicato dos Policiais Penais (Sindppen). O curso pretende formar de policiais penais aptos a trabalharem no Comando de Operações Especiais (Cope), grupo de elite da Polícia Penal, especializado em ocorrências complexas, como rebeliões, motins e transferências de presos de alta periculosidade. Mas, pelas denúncias, o que se pretende é formar torturadores etc. Ao tomar conhecimento do caso, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) abriu procedimento para investigar as denúncias. Vejamos o que vai dar. Aguardemos sentados/as.
O Sindppen divulgou imagens dos alunos do curso, em que é possível ver hematomas em partes do corpo, como nas nádegas, mãos, joelhos e coxas. A Unidade de Treinamentos da Sejusp reconheceu que os machucados nas mãos podem ser de alunos, devido a flexões de punho, mas negou que os demais hematomas foram causados por atividades do curso. O Sindppen denuncia também que os alunos do curso foram expostos ao risco de infecção por covid-19. Conforme o diretor-executivo do Sindppen, Patrick Castro, em 3 de janeiro, 126 policiais penais iniciaram o curso, mas, agora, menos de 20 seguem no treinamento, “diante da forma vexatória em que são tratados”.
De acordo com Castro, há denúncias de agressões físicas e psicológicas e relatos de servidores que apanharam com bambu e corda. “Temos relatos de colegas que sofreram abusos de instrutores, com cordas. Foram humilhados com termos pejorativos. Fugiu um pouco das diretrizes do que seria um curso de operações especiais”, afirmou o diretor de Comunicação do Sindicato, Felipe Quintela. Segundo ele, vários alunos ficaram expostos às chuvas do início deste mês. “Os colegas permaneceram durante toda semana molhados, com fardamentos e mochilas molhados”, disse. Magno também denuncia a falta de testagem para covid-19. “Ninguém foi testado. Nem os participantes, nem os instrutores. Relatos apontam que alguns saíram por estarem gripados e muitos testaram positivo para covid-19”, destacou.
O chefe da Unidade de Treinamentos da Sejusp, Marco Matos, afirmou à Rádio Itatiaia que todas as denúncias serão apuradas. “Nenhum tipo de excesso será tolerado. Não houve nenhum tipo de excesso, mas, mesmo assim, já foi aberta uma investigação interna para apurar as denúncias, verificar algum tipo de excesso e se as fotos são verdadeiras”. Sobre as fotos de machucados nos dedos, ele disse que “os alunos deste tipo de curso são submetidos a flexões, mas deixo bem claro que eles estão lá porque querem. Eles são voluntários e a qualquer momento podem se negar a fazer algum tipo de exercício, pedem desligamento e não são obrigados a fazer nada”.
Sobre a denúncia de falta de testagem para covid-19, Marco afirmou que uma primeira bateria de testes foi feita e nenhum aluno ou instrutor testou positivo. Cinco dias depois, em uma nova bateria, houve resultados positivos. “Por conta disso, colocamos todos em quarentena e suspendemos o curso por sete dias. Quando eles retornaram e apresentaram resultados negativos para covid-19, retomamos o curso”, observou.
E pelos vídeos que circulam na internet a violência nos treinamentos não são exclusivas do curso de agentes penitenciários. Eles mostram policiais militares de Minas agredindo colegas que participavam de um curso do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), em Belo Horizonte. Conforme a Polícia Militar (PM), os vídeos foram feitos em outubro de 2021, mas apenas agora o comando da corporação tomou conhecimento dos atos de violência. No dia 23 foi aberta uma investigação foi aberta, Inicialmente, dez militares que planejaram e executaram o curso para praças e oficiais foram afastados das atividades das atividades de docência.
2 respostas
Se para o diretor de Comunicação do sindicato “FUGIU UM POUCO DAS DIRETRIZES do que seria um curso…” não vejo alternativa a não ser a de investigar e punir, com rigor, neste caso, MUITO RIGOR, os responsáveis por estas atrocidades.
Isto é o efeito do bolsonarismo que hoje se espalha na sociedade brasileira.