Aluna da rede pública falece vítima da covid após a volta das aulas presenciais. A escola suspende as aulas.
Em Campinas (SP), a segunda onda pandêmica da Covid-19, dá seus sinais que existe um certo descontrole e má gestão na forma de condução da crise sanitária. Assim como em várias cidades do interior paulista o números de casos, a ocupação de leitos, e mortes têm aumentando. A campanha de vacinação da população caminha lentamente pela péssima gestão do Governo Federal . Os índices de ocupação dos leitos na cidade estão em números elevados , acima de 80% e o sistema pode colapsar em breve.
Poucas medidas quaternárias têm sido adotadas pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) – na sua campanha eleitoral para prefeito, Dário publicitava a sua qualidade e experiência como médico e gestor.
No último sábado (21/2), o prefeito participou de um evento na Escola de Cadetes, no qual é fotografado algumas vezes sem máscara, ao lado do Presidente Jair Bolsonaro. Logo no dia seguinte, a cidade sofria com a lotação máxima nas UTI-Covid da rede pública, não havendo disponibilidade de leito algum na rede. Casos além da covid, como gestantes, acidentes, infartos e outros que necessitassem dos cuidados da unidade de terapia intensiva não teriam vagas.
Apesar do alto índice de ocupação, a cidade segue na fase amarela do Plano São Paulo, o prefeito Saadi prometeu anunciar medidas mais contundentes no combate a propagação do vírus na cidade, no dia seguinte a ocupação máxima.
Na segunda-feira, (22/02) Dario Saadi anunciou medidas de acordo com o entendimento que a sua gestão faz de regras mais restritivas adequadas para a cidade: a adoção de regras da fase vermelha, a mais restritiva do Plano SP, no período noturno em que permanecem abertos entre 21h e 5h apenas os serviços essenciais. O prefeito ainda manteve o início do ano letivo da rede municipal para 1º de março, mas aulas noturnas presenciais seriam suspensas.
Não houve mudança da classificação no Plano SP pelo governo estadual – a região administrativa de Campinas segue classificada na fase amarela.
Contaminação na sede administrativa do governo municipal
No início da semana, foi confirmado um surto de casos de covid-19 entre motoristas do Paço Municipal ( sede administrativa do governo municipal) pelo DEVISA (Departamento de Vigilância em Saúde em Campinas). Até o momento , sete casos positivos de covid-19 foram confirmados entre os motoristas. Os trabalhadores que exercem a função de motoristas fazem itinerários prestando serviço para diversas secretarias, transportando servidores, funcionários, secretariado, estagiários, patrulheiros, etc.
Em nota, a Administração afirmou que “todos aqueles que tiveram contato com os contaminados, também são estão sendo monitorados”, sem informar se algum secretário teve contato com os infectados.
Contaminação e morte em escola pública, fechamento das escolas
Após um surto de covid-19, várias escolas da rede privada de ensino anunciaram a suspensão das aulas presenciais após a confirmação de casos positivos da Covid-19 em funcionários e alunos.
Na rede pública estadual, ontem (dia 24/2 ), a Escola Jardim Marisa, localizada na região do Campo Belo, suspendeu as atividades presenciais por conta de casos de covid-19. A unidade é a primeira da cidade a suspender as aulas.
No dia de hoje, quinta-feira (25/2), foi enterrada a adolescente Ana Clara Macedo dos Santos, de 13 anos, aluna do 8° ano, Escola Estadual Rachel de Queiroz , localizada no Jardim Yeda, faleceu em decorrência de complicações da Covid-19. Ana Clara passou mal no último domingo (21/02). Foi internada na segunda-feira e morreu ontem (24/02). Quando foi internada já estava com manchas no pulmão e febre de 44°.
A vereadora Guida Calixto (PT) solicitou que o Ministério Público suspenda o retorno presencial às escolas até que se tenha a segurança da efetividade dos protocolos sanitários, o apropriado diálogo com as comunidades escolares e o controle da infecção na cidade, sugerido pela diminuição nas taxas de letalidade, contaminação e internação em UTI.
Prefeitura adia retorno as aulas presencias da rede pública municipal para abril
A Prefeitura de Campinas decidiu adiar a volta das aulas presenciais na rede municipal de ensino para o dia 5 de abril. O início estava previsto para a próxima segunda-feira, 1º de março. As aulas vão seguir de forma remota, como acontece desde o dia 8 de fevereiro.
Em nota a prefeitura informa que a decisão da Secretaria de Educação levou em conta as considerações feitas pela Secretaria de Saúde tais como: a mudança no perfil epidemiológico (com mais jovens sendo afetados pela Covid-19), a ocupação de leitos de UTI-Covid de quase 100% no SUS, a suspeita de circulação da nova cepa do coronavírus na cidade e o impacto de circulação de pessoas que o retorno às aulas provocaria.
O Secretário de Educação, José Tadeu Jorge, vinha defendendo o retorno às aulas presenciais na rede municipal alegando que o ambiente é seguro para isso.
Secretário de Saúde participa de audiência na Câmara de Campinas
As medidas continuam insuficientes mesmo contratando leitos da rede privada, O Secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, declarou que a perspectiva da Saúde em Campinas tem sido de “guerra” enfrentando uma pressão na rede de saúde e a falta de recursos suficientes para o enfrentamento da pandemia.
O Secretário de Saúde em audiência pública, hoje (25/02), na Câmara Municipal, afirmou que a taxa de ocupação de leitos tem se mantido alta, sendo que ontem o índice era de 88,42% entre todas as redes, com 252 dos 285 leitos de UTI-Covid ocupados.
Atualmente, a cidade totaliza 1.836 mortes desde março de 2020 e 68.375 moradores que tiveram resultado positivo para a infecção de coronavírus.
Uma resposta
Matéria tendenciosa e sensacionalista, obviamente, feita por quem está contra o governo. “O Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) de Campinas confirmou nesta sexta-feira (26) que investiga a morte de uma estudante de 13 anos, em Campinas, por suspeita de covid-19. Segundo o órgão, o exame PCR para covid-19 da adolescente deu negativo.”