Por Flavia Rocha-Mello
@flaviarmello
Há 4 anos os golpistas brasileiros vêm repetindo o roteiro dos Estados Unidos, agindo como Trump e seus seguidores. Mas engana-se quem pensa que os atos terroristas do dia 8 de janeiro foram inspirados na invasão ao Capitólio em 2021. Os bolsonaristas entendem que o ato no Congresso norte-americano foi um fracasso, afinal Joe Biden foi reconhecido como vencedor da eleição, tomou posse como Presidente, houve 5 mortes, quase mil prisões e centenas de condenações. Há quem nunca mais vai poder votar e teve que pagar multas milionárias.
Os terroristas brasileiros se basearam em uma ação no Sri Lanka. Desde o começo do ano, compartilham nas redes sociais informações sobre a rebelião do país asiático. O dublê de fugitivo e humorista Bismarck Fugazza, dono do canal Hipócritas no YouTube, divulgou um vídeo mostrando que aconteceu no Sri Lanka. Mas afinal, o que houve no pequeno país ao sul da Índia?
O Sri Lanka é um arquipélago com uma população de vinte e dois milhões de habitantes. Há alguns anos vive uma crise econômica agravada por uma política de redução do uso de combustíveis fósseis que não deu certo. Em julho do ano passado houve uma escassez de recursos energéticos, culminando na falta de recursos monetários. Parte da população se revoltou e foi às ruas de Colombo, invadiu o Palácio Presidencial obrigando o então presidente Gotabaya Rajapaksa a fugir para as Maldivas. Não satisfeitos, incendiaram a casa do primeiro-ministro para exigir uma mudança de governo. Por fim houve uma pequena mudança, mas ao que parece os terroristas do Brasil não acompanham as notícias do outro lado do mundo. A revolta não deu o resultado que eles queriam, mas neste caso o que importa é a crença de que deu certo.
Quem queria um Sri Lanka teve um Capitólio. O governo conseguiu, de alguma forma, reagir e dispersar os terroristas, não houve mortes e mais de mil participantes foram presos.
Agora fica a dúvida: o presidente Lula vai conseguir administrar o capital político resultante da ação mal sucedida dos terroristas? Sabe-se que os radicais não são tantos assim, são vândalos e não têm apoio da população brasileira. As instituições conseguiram se unir na defesa da democracia. No dia seguinte ao da tentativa de golpe, Lula tem duas fotografias pra colocar na parede: com os presidentes do Judiciário e do Legislativo e com os governadores ou vices de todas as unidades da federação. Serão apenas fotos na parede ou vão se transformar em apoio no Congresso para que as reformas sejam feitas?
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