Fotos: Ivonei Calado Texto: Lúcia Iwanow para os jornalistas livres . No dia 23 de dezembro houve um ATO DE NATAL em alusão ao tradicional Auto de Natal.
O evento é organizado por um grupo de ativistas de Brasília, formado por pessoas de idades e profissões diversas, entre elas,atores, diretores de teatro e produtores culturais, responsáveis pela concepção cênica da atividade.
Sempre fugindo dos atos convencionais,mantendo o distanciamentoe o uso de máscaras, essegruporealizou, ao longo do ano de 2020,instalações artísticas eperformances paradenunciar a política do governo federal no trato da Covid-19,o racismo, o genocídio, o feminicídio, em defesa do meio ambiente, entre outras pautas.
O que nos move para realizar mais este ato é a solidariedade e a cumplicidade, diz Zé Regino, diretor de muitas das performances do grupo.
Pensamosem uma situação que envolve o presépio, em que uma mulher do povovai parir e não encontra ajuda.
Queremos mostrar que a solução das coisas está na posição que a gente toma. Se há um problema acontecendo, eu posso ignorar ou tomar uma posição em relação a ele. Se há uma mulherprestes a dar à luz e está em dificuldade, eu posso ajudá-la.
Isso representa nosso sonho de união, de estar juntos,de lutar para sermos protagonistas da História.O espírito é renovar o nosso olhar, renovar a esperança.
Para o grupo de ativistas, o Ato de Natal celebra o nascimento de um amor que prevalecerá sobre todo o ódio espalhado pelo fascismo, pelo individualismo, pela ambição desmedida, pelo autoritarismo e pela violência.
E será um tão profundo amor que fortalecerá em cada pessoa a superação, a resistência, a solidariedade e promoverá a união na defesa da vida, dos direitos, da igualdade e da paz.
E junto com esse amor-semente brotará,também,a indignação necessária para mover as pessoas a lutarem contra cada uma das crueldades inscritas no roteirodo neoliberalismo brutalassumido pelos que deram o golpe parlamentar, jurídico e midiáticona democracia brasileira, com a deposição de Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita, por duas vezes, presidenta do Brasil, diz Leda Gonçalves, uma das organizadoras.
E essa jornada de amor, dignidade e superação, afirma Guidborgongne Nunes, inclui a denúncia veemente:
– do genocídio que já vitima quase 200 mil brasileiros e brasileiras;
– do desrespeitoà vida do povo, com os presidentes Bolsonaro/Mourãoconcedendo cargos e poder aos parlamentares do chamado Centrão par, assim,permanecerem na Presidência da República, e a vida do povo é moeda de troca nesse negócio sinistro;
– de toda a negligência e a molecagem com que o governo federal trata a pandemia, desde o seu início, à recusa em adquirir, o mais rápido possível, vacinas para garantir a vida da população;
-da conivência do Poder Judiciário diante de todos os crimes cometidospelos milicianos do Planalto;
– das perdas de direitossociais e previdenciários de quem trabalha;
– daperda da soberania de uma nação;
-dos incentivos à violência, ao preconceito,ao ódio às diferenças;
-da destruição do meio ambiente.
E o Ato de Natal, para Antonieta Alves, a parteira,será água, terra e luz no florescimento do respeito à vida, em todas as suas manifestações, da natureza à vida das mulheres, dos negros, dos índios.
Queremos o nascimento, o crescimento e a plenitude um Brasil que garanta a seu povo saúde e educação públicas de qualidade;
– Justiça para os perseguidos e injustiçados;
– garantia do trabalho, emprego, renda e aposentadoria;
– terra para quem nela trabalha;
– alimento para quem tem fome e água para quem tem sede.
É com amor, força e determinação que venceremos a luta pelo “Fora Bolsonaro, Mourão e Centrão! ”