A gerente de padaria do bairro Jardim Irajá, em Ribeirão Preto (SP), Alessandra Silva Bissera, de 37 anos, foi vítima de racismo praticado pelo advogado Rafael Marconato, após a compra de uma marmitex com feijão cozido. “Eu me apresentei como a gerente e ele falou que eu não tinha perfil de gerente, que a minha raça não tinha perfil para gerente”, afirmou Alessandra, uma negra. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) local pretende apurar a conduta de Marconato.
“Eu atendi ele no balcão. Ele pediu feijão e eu entreguei para ele. Por volta das 14h30, quando os funcionários já tinham encerrado o expediente no domingo, Marconato voltou e contou que a embalagem com feijão comprada três horas antes tinha vazado e sujado o carro dele. Ele exigia o dinheiro de volta. Ele disse que não queria falar comigo, que queria falar com o gerente. Eu me apresentei como a gerente e ele falou que eu não tinha perfil de gerente, que a minha raça não tinha perfil para gerente. Foi a hora que eu chamei os meninos para colocar ele para fora. Quando ele estava saindo, ele jogou o feijão na minha pessoa”, disse Alessandra ao G1.
“A gente pensa que nunca vai acontecer com a gente e olha eu aqui, mostrando para o provo que isso ainda existe. Todas as pessoas que se sentirem ofendidas têm que procurar os direitos delas. Minha raça não quer dizer nada sobre mim. Eu fiz o boletim de ocorrência porque me senti muito ofendida. Poderia ter sido de outra forma”, afirmou Alessandra.
Poços de Caldas
Já em Poços de Caldas, no Sul de Minas, um homem de 78 anos foi preso por racismo praticado contra um homem de 42 anos dentro de um ônibus nessa terça-feira, 28. O imbecil ainda repetiu as mesmas palavras racistas para os policiais militares.
A vítima disse que estava com sua companheira dentro do ônibus quando comentou que o motorista estava atrasado. O idoso ouviu o comentário e começou a dizer: “Você é um macaco, não gosto de preto, todo preto é cachaceiro”. Mais um BO foi registrado por racismo. Até quando?