O Ministério Público Federal (MPF) está dando início a uma investigação criminal contra o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, devido ao seu envolvimento direto com a dificultação do transporte de eleitores no último domingo (30) e a conivência com os protestos antidemocráticos de bolsonaristas nas rodovias.
O diretor da PRF é suspeito de ter cometido duas vezes o crime de prevaricação, ou seja, a infração de um funcionário público que deixa de exercer seu trabalho como um agente do Estado em razão de interesses pessoais. A primeira acusação refere-se às ações do órgão no domingo (30), em que várias operações da PRF atrapalharam o fluxo de eleitores que se dirigiam aos seus locais de votação. Essas operações descumpriam ordem judicial do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), que proibiu quaisquer atividades envolvendo o transporte público no domingo.
Mesmo após Vasques ser intimado pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, no próprio domingo (dia 30) para prestar esclarecimentos e suspender as operações, elas continuaram, descumprindo pela segunda vez a decisão judicial.
A segunda acusação recai sobre a demora na resposta efetiva da PRF nos bloqueios de bolsonaristas em vias públicas ao redor do Brasil. Silvinei Vasques, como diretor do órgão, teria tido má conduta na gestão dos efetivos da instituição frente à urgência em resolver a questão dos bloqueios.
Uma representação ao MPF para investigar a conduta de Vasques foi assinada por membros da 2ª e da 7ª Câmaras da Procuradoria Geral da República (PGR), compostas por subprocuradores-gerais da República. O documento foi encaminhado à Procuradoria da República no Distrito Federal.
Outra investigação que está em andamento, também coordenada pelo MPF, é especificamente sobre as rodovias interditadas por bolsonaristas. O processo cobra informações e esclarecimentos da PRF acerca do caso. Os bloqueios ainda atingem ao menos 15 estados brasileiros.