Jovens venezuelanas ofendidas pelo Jair Bolsonaro (PL) em um podcast se recusaram a gravar vídeos para a campanha de reeleição do presidente após convide de Bolsonaro que tenta limpar sua imagem. A equipe de marketing de Bolsonaro queria que as meninas dissessem que toda a situação havia sido um mal-entendido e que divulgassem uma mensagem, sozinhas. Contudo, as crianças e suas mães, ficaram com medo de uma maior exposição desnecessária e do consequente desgaste as suas imagens que isso poderia gerar.
Por Camilla Almeida
Em entrevista, Bolsonaro falou sobre um suposto encontro que teve com jovens de 14 e 15 anos venezuelanas. Bolsonaro disse que as meninas eram prostitutas e se convidou para entrar na casa as jovens estavam. A visita, que foi registrada em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, instalou uma grande polêmica entorno do nome do presidente, já que o idoso de 67 anos disse que “pintou um clima” com as meninas de 14 anos. Expressões como “Bolsonaro pedófilo” e “Bolsonaro pervertido” ficaram nos assuntos mais falados do Twitter por vários dias.
Pessoas próximas às venezuelanas alertam sobre uma preocupação com a repercussão nacional e internacional das declarações de Bolsonaro e pediram um momento de retratação pública, mas sem que haja uma exposição de suas identidades. Após resistência e desconforto por parte das meninas, a alternativa encontrada pela campanha bolsonarista foi um encontro privado delas com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e senadora eleita Damares Alves.
De acordo com Damares, a reunião foi “um encontro de abraços”. “Elas não exigiram nada. São mulheres muito boas”, colocou a senadora. As mães das meninas ainda pediram uma retratação do presidente a respeito de suas falas, por medo da repercussão das declarações de Bolsonaro.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais na tarde desta terça-feira (18/10), Jair Bolsonaro, acompanhado de Michele, tentou se retratar sobre o assunto. “Se as minhas palavras, que por má-fé foram tiradas de contexto, de alguma forma foram mal-entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas”, disse o presidente, se esvaindo da culpa de suas falas.
Na publicação, Bolsonaro, que as chamou de “prostitutas” antes, dá um passo para trás e afirma que a um suposto esquema de prostituição por “preocupação”, “no sentido de evitar qualquer tipo de exploração que estavam vulneráveis”.
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