A Coligação de direita liderada pelo Fdl – Fratelli d’Itália, em português, Irmãos da Itália – de Giorgia Meloni, venceu as eleições italianas com 44% dos votos. A coligação vencedora ainda conta com La Lega – A Liga, em português, um partido político de extrema-direita e Forza Italia – Força Itália, em português, um partido político de direita liderado pelo ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi.
Por Beatriz Pecinato
Sozinho, o Fdl recebeu 26% dos votos. Em 2018, na última eleição legislativa, o partido recebeu apenas 4,3% dos votos, o que representa uma ascensão astronômica da extrema-direita na Itália.
Em segundo lugar está a chapa de centro-esquerda liderada pelo Partido Democrático (PD) de Enrico Letta, com 19%.
As eleições, que deveriam ter acontecido no início de 2023, foram adiantadas porque Mario Draghi, agora ex-primeiro ministro e antigo presidente do Banco Central Europeu, renunciou ao cargo que ocupou por 18 meses após perder sua base de apoio governamental. Giorgia Meloni foi a única opositora do governo de Draghi. Atualmente, a Itália está mergulhada em crises financeiras e políticas.
Giorgia Meloni, além de co-fundadora do Fratelli d’Itália, é a presidente do partido. Em entrevista ao Poder 360, Rubens Ricupero, embaixador e conselheiro emérito do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), contou que as ideias defendidas pela nova primeira ministra são fruto de sua criação. Quando jovem, Giorgia mudou para um bairro periférico em Roma em que havia uma grande polarização entre comunistas e fascistas. “Ela começou muito cedo – como militante neofascista” – disse o embaixador.
Giorgia Meloni também fez parte do Movimento Social Italiano (MSI), um partido político fascista que foi incorporado posteriormente pela Forza Italia, de Berlusconi. Atualmente, ela também está a frente do Partido Conservador e Reformista Europeu, integra a Câmara dos Deputados desde 2006 e foi Ministra da Juventude no governo de Silvio Berlusconi.
A Coligação é a primeira frente partidária de cunho fascista a se eleger desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Além de ser admiradora assumida de Mussolini, um dos criadores do fascismo, Giorgia é contra o aborto e contra o casamento LGBTQIA+.
A nova primeira ministra é a primeira mulher a assumir o cargo na Itália.