Com a morte da rainha do Reino Unido, Elizabeth II, nesta quinta-feira (08/09), informações passaram a circular nas redes sociais acerca do protocolo real a ser seguido com o falecimento da monarca.
Por Beatriz Pecinato e Camilla Almeida
Intitulado “London Bridge Plan”, o plano para os momentos após a morte de Elizabeth tem diferentes versões de veículos de comunicação e sofreu múltiplas alterações pelo Palácio de Buckingham ao passar dos anos. Contudo, a grandiosidade e meticulosidade dos protocolos estabelecidos são fatores que não se alteraram, uma vez que as consequências de tal acontecimento serão sentidas em todo mundo.
O nome “London Bridge” – em português, “A Ponte de Londres” – é um codinome usado para se referir a figura da rainha e a frase “The London Bridge is down” – em tradução literal, “A ponte de Londres caiu” –, concerne ao episódio de sua morte com toda discrição necessária. Destaca-se que as nomenclaturas foram criadas para que a notícia não seja vazada, assim quebrando o protocolo. A informação viajou como uma onda de compressão, à frente da velocidade de um terremoto, detectável apenas por equipamentos especiais.
London Bridge – o início do protocolo
Sob avaliação de seus médicos particulares, a condição médica da rainha foi avaliada e seus familiares foram chamados para vê-la, cancelando todos os compromissos do dia. A primeira personalidade oficial a ser noticiada da morte da monarca – fora sua família – foi seu secretário privado, Christopher Geidt. De forma imediata, a primeira-ministra Liz Truss foi informada por Geidt, que por sua vez, comunicou o ministério de Relações Internacionais, intitulado Foreign, Commonwealth & Development Office (FCDO).
O Ministério então foi responsável por comunicar aos 15 países os quais Elizabeth era a chefe oficial de Estado, além dos 36 outros países independentes participantes da Commonwealth, nos quais ela representava uma posição de rainha simbólica. Todos os governadores, membros do parlamento inglês e grandes figuras políticas do país são avisados a partir disso.
Com relação aos veículos de comunicação, uma nota enviada ao canal BBC pelo próprio Palácio de Buckingham o comunicou acerca do acontecimento. Com isso, se deu início ao protocolo próprio da emissora. Os jornalistas que noticiaram a morte usaram ternos e gravatas pretos,
Em 2002, durante o pronunciamento de morte da mãe de Elizabeth II, o jornalista Peter Sissons, âncora designado para dar a notícia, utilizou uma gravata marrom, e foi criticado pelo público. Depois disso, a BBC mudou o protocolo, e agora o uso de roupas pretas está padronizado.
Na ocasião, as programações da BBC 1, 2 e 4, principal emissora do Reino Unido, foram suspensas até as 6h da tarde, quando o pronunciamento de sua morte foi feito. Até o momento do anúncio, a emissora veiculou vídeos antigos da rainha, e transmissões ao vivo do Palácio de Buckingham e do palácio de Balmoral.
Durante a parte da manhã de hoje, a emissora BBC mudou a cor do logo de seu site oficial e Instagram – antes era vermelho, e foi mudado para preto –, e alguns dos jornalistas mudaram as vestimentas para roupas de cores escuras.
Fora do Palácio de Buckingham, as emissoras da imprensa britânica e outros canais de mídia ao redor do mundo permaneceram ao redor Canada Gate – em português, o “Portão Canadá” – , esperando o pronunciamento oficial.
Uma mensagem, que apareceu na frente do portão, também foi veiculada no site oficial da Monarquia em um fundo preto. Todas as bandeiras do Palácio ficaram em meio mastro, e um sino deveria ter sido tocado, o que não aconteceu. Às 6h da noite, no fuso horário britânico, o novo rei deveria ter feito um pronunciamento para a população, mas isso não aconteceu. Foi o jornalista Huw Edwards que noticiou, para o público, a morte da rainha.
Unicorn Plan – o plano paralelo
Como Elizabeth faleceu no castelo de Balmoral, na Escócia, outro plano previamente traçado entra em ação: o Operation Unicorn. O dia pós morte da rainha, segundo o protocolo, é chamado de D-Day + 1.
Amanhã, bandeiras serão estendidas na parte da manhã, e às 11h da manhã, no fuso horário britânico, Charles será proclamado rei. Os próximos dias de sua morte, segundo o protocolo, são chamados de D + 1 – 12. Após as 24 horas de seu falecimento, a Grã Bretanha entrará em período de 12 dias de luto.
No 12° dia, haverá o funeral da rainha, que se iniciará às 11h da manhã, no fuso horário britânico. Charles começará uma série de viagens pelo Reino Unido, parando em Edimburgo, Belfast e Cardiff, aparecendo em cortejos para honrar sua mãe. Durante esse tempo, Charles se encontrará com líderes selecionados, não divulgados para a mídia.
Com relação ao corpo da monarca, 2 dias após sua morte, seu caixão será transportado até o Palácio de Holyroodhouse onde provavelmente irá ficar temporariamente. Uma cerimônia de procissão ao longo da Royal Mile em Edimburgo, capital da Escócia, até a Catedral de St Giles também deve ser esperada. Então, o caixão provavelmente viajará de volta para Londres, onde ficará no Palácio de Buckingham antes da grande procissão cerimonial que acontecerá na capital.
No Day D+6 (6° dia após a morte da rainha), o corpo ficará no Palácio de Westminster por 3 dias recebendo visitas.
No Day D+10 (10° dia após a morte da rainha), será proclamado Dia de Luto Nacional. O funeral de Estado será realizado em Westminster, e haverá 2 minutos de silêncio ao meio-dia em todo o país. Serão realizadas duas procissões: uma em Londres e outra em Windsor. O sepultamento da rainha acontecerá no Castelo de Windsor, na capela Memorial do Rei George – ao lado de seu pai.
Uma resposta
Parabéns pelas informações rápidas e precisas !!!