Por Leo Moreira | Jornalistas Livres
O casal trans formado pelus(*) artistas Isis Broken @isisbroken e Lorenzo Aqualien @aqualienn, sofreu transfobia e ameaça de espancamento por parte de um motorista da empresa Uber por volta de 22hs de sexta (12), na grande São Paulo.
Após uma consulta de pré-natal do músico homem trans Lorenzo que está prestes a conceber com 35 semanas de gestação, o casal embarcou num carro da Uber pra ir pra casa. O motorista ‘Silvio’ ao ouvir a conversa do casal, questionou a identidade de gênero do futuro pai afirmando que ele era “uma mulher grávida”.
Após a interferência transfóbica na conversa, Lorenzo tenta explicar o que é identidade de gênero pro motorista que foi ficando exaltado e começou a agredi-lo com uma série de insultos. Lorenzo o adverte que ele pode ser preso por transfobia e ele retruca que tem “curso de direito” e “ninguém vai preso por isso nesse país”. Logo a situação sai do nível verbal para a ameaça física e quando o motorista pára o carro dizendo que vai espancá-lo, Lorenzo e a esposa Isis saem desesperados descendo uma ladeira correndo.
Lorenzo chegou em casa com muitas dores em consequência do desespero e do esforço físico que o casal precisou fazer para fugir da ameaça de espancamento. Foi para o hospital e por sorte não corre o risco de perder a criança.
Na próxima terça (16) o casal irá à Comissão de Direitos Humanos de São Paulo para iniciar um processo crime contra o motorista e a empresa Uber.
A Uber divulgou um comunicado dizendo que já desativou a conta do motorista e se põe “à disposição das autoridades para colaborar com as investigações” afirmando seu “compromisso de promover o respeito, igualdade e justiça para todas as pessoas lgbtqia+”.
Sabemos que existe um abismo entre esse discurso e a prática da empresa, diante dos muitos relatos de agressão de motoristas a usuaries(*) trans. A Uber precisa com urgência promover a educação e qualificação de motoristas, para se relacionarem com respeito e igualdade de tratamento para as pessoas trans.
Léo Moreira Sá é Homem trans, ator, Lighting designer, dramaturgo e Jornalistas Livres desde a fundação em 2015.
Uma resposta
É isso mesmo, depender de “Uber” é o mesmo que ser humilhado, não entendo como tantos motoristas de péssimo caráter insistem em trabalhar com o público, é simples, não quer trabalhar, fica em casa, o que não pode é isso acontecer. Se eu for falar dos perrengues que já passei na “mão” desses cidadãos de bem que escolhem quem vão levar a dedo e ainda reclamando do valor… Daria um livro. Um exemplo recente foi eu e minha namorada saindo do barzinho, meia noite, ela pede e logo chega, eu peço e é a maior burocracia, sendo que tem todos os meus dados, até cartão de crédito. Pra mim não dá mais depender de picaretas. Sobre o caso da matéria, é bem recorrente acontecer, umas amigas já foram assediadas, amigos ouviram impropérios de motorista mau humorado etc… Tomara que o casal e a bebê fiquem bem e que o processo resulte em um retorno pois ninguém merece ser ameaçado de morte por esses lixos homofóbicos.