Zona Sul #SP, renova a luta por uma Periferia possível

Há 24 anos que a zona sul de São Paulo renova suas forças toda vez que a população vestida de branco atravessa o bairro na Caminhada Pela Paz e Pela Vida.

Desde 1996, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) apontou o bairro do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo como o “Bairro Mais Violento do Mundo”, que a população passou a se organizar para buscar caminhos próprios para enfrentar o desafio de romper com a lógica da violência, e introduzir uma cultura de paz.

O essencial foi a construção de espaços de participação e diálogo. Os 24 anos de organização desta luta passam por eventos simbólicos como a caminhada, o Fórum Social, o abraço à Guarapiranga, mas também uma série de espaços de encontro e articulação de diferentes demandas. 

 24ª Caminhada Pela Vida e Pela Paz, chamou a todos para levantarem sua voz a favor das vidas. Milhares de pessoas vindas de vários pontos do bairro, se unem todas vestidas de branco, e terminam a caminhada com um ato no Cemitério São Luiz.

24ª caminhada pela Paz, zona Sul #SP. fotos Joana Brasileiro | Jornalistas Livres

 

 

Santos Mártires e o Fórum em Defesa da Vida

 

Um dos pontos de partida da caminhada é a paróquia Santos Mártires que desenvolve uma série de trabalhos junto à população na região desde 1987,  muito antes de haver qualquer ideia de política pública para o bairro. 

A paróquia sedia o Fórum em Defesa da Vida que é a organização de uma rede suprapartidária, inter-religiosa e democrática de organizações que se unem de forma espontânea, para estimular a participação popular em sua plenitude.  

O Padre Jaime Crowe que é dirigente da paróquia e uma importante liderança, mas não pode comparecer este ano à caminhada por estar se recuperando de problemas de saúde. Mas a população compareceu em peso, inundando as principais vias do bairro de branco, e mostrando que existe um caminho possível para a paz.

 

 

 

FÓRUM SOCIAL DA ZONA SUL

Durante os quatro dias, que antecederam a caminhada, (28/10 a 1/11), ocorreu a oitava edição do Fórum Social da Zona Sul, com o tema: “Uma outra periferia é possível, Urgente e Necessária”.  Foram mais de 70 ações espalhadas por todo território, e o encontro foi realizado com integrantes de mais de 10 fóruns e redes da região: Fórum de Defesa da Vida, Fórum da Inclusão, Fórum do Cidadão Idoso, Assistência Social, Fórum do Fundão e das Águas, Fórum de Pesquisadores, Fórum dos serviços contra a Violência na saúde, Rede UBUNTU de cursinhos populares, entre outros. 

Essa entidades, associações e coletivos são todos da região do M’Boi Mirim, Campo Limpo, Jardim São Luís, Capão Redondo e Jardim Ângela. As atividades culturais, incluíram oficinas, seminários, rodas de conversas, exposições e feira de economia solidária.

 

 

 

 

 

A intenção do encontro é fortalecer as lutas populares que buscam a ampliação dos espaços de participação democrática e a garantia dos direitos humanos, da justiça social e da sustentabilidade ecológica.

O Fórum de Defesa da Vida também organiza o Abraço do Guarapiranga, seminários, debates públicos, tribunais populares, e GTs (grupos de trabalho) que realizam ações abordando temas específicos, como: Direitos Humanos; Orçamento Público; e Saúde. 

O final do ato, no cemitério São Luiz, sempre termina com o plantio de uma árvore por crianças e adolescentes, a leitura de manifestos e agradecimento às pessoas que construíram o evento. Maria Vitória Benevides fez uma fala em apoio a ação, representando a Comissão Arns e foram mencionados os apoios das autoridades presentes como o vereadores Eduardo Suplicy (PT), Alfredinho (PT), Donato (PT), os deputados Paulo Teixeira (PT), Carlos Gianazzi (PSOL), Fernando Notari ( PSOL- Bancada ativista), Alexandre Padilha (PT).

 

 

+ EM:  reportagens sobre a Caminhada pela Paz de Heliópolis

https://jornalistaslivres.org/como-se-faz-uma-caminhada-20-anos-de-paz-em-heliopolis/

https://jornalistaslivres.org/heliopolis-pela-paz/

 

 

 

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