Universidade do Rio de Janeiro aponta novos cortes de bolsas de pesquisa

Os ataques do desgoverno a ciência não param, mesmo quando mais se precisa apoiar a pesquisa científica.

Precisamos muitos das universidades e das pesquisa para o desenvolvimento econômico e social.

É um péssimo sinal em tempos de pandemia.

Os jornalistas livres vem denunciando esta situação:

O orçamento da Capes de 2020 frente a 2019 teve redução R$ 1,4 bilhões ou -33,1% (https://jornalistaslivres.org/desgoverno-corta-71-mil-bolsas-e-reduz-orcamento-em-r14-bi-para-a-capes/)

Veja a nota da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro:

Sobre o corte de bolsas de pós-graduação resultante da Portaria 34/2020 da Capes

Nota da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Na manhã do dia 18 de março de 2020, fomos surpreendidos pela publicação de uma nova portaria da CAPES que altera a distribuição de bolsas entre os programas de pós-graduação do país, revogando parcialmente as regras que a própria agência havia divulgado há menos de um mês.

A nova portaria, elaborada sem qualquer diálogo com o Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP) ou qualquer outra instância de representação das Instituições de Ensino Superior, altera significativamente os números de bolsas, em geral aprofundando cortes que já tinham se iniciado em 2019.

Tendo como referência o início de 2019, a UFRRJ perdeu 133 bolsas (95 de mestrado e 38 de doutorado). Isso representa uma diminuição de 31% das nossas bolsas de mestrado e 8% das bolsas de doutorado.

Em alguns casos, foram retiradas todas as bolsas anteriormente concedidas aos programas, em outros, as perdas foram da ordem de dois terços. Nem mesmo nossos dois programas nota 6, padrão de excelência internacional, (Agronomia-Ciência do Solo e Ciências Veterinárias) foram poupados.

A PROPPG da UFRRJ está atuando intensamente junto ao FOPROP e ao Colégio de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (COPROPI), setorial da Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), que já manifestaram sua indignação por meio de notas públicas.

Essas medidas representam uma quebra da relação de respeito e cooperação que as instituições de ensino superior brasileiras, por meio de suas pró-reitorias, sempre buscaram manter com a CAPES e mais um passo rumo à destruição do sistema nacional de pós-graduação.

Ou seja, trata-se de um ataque contra nossos principais centros de produção de ciência e tecnologia no momento em que o país enfrenta uma crise sanitária de proporções inéditas.

Continuaremos lutando por todos os meios ao nosso alcance em defesa da pesquisa e da pós-gradução.
Esses retrocessos demandam respostas firmes e articuladas de todos os setores da comunidade acadêmica.

 

Seropédica, 19 de março de 2020

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

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