Tabata Amaral, FHC, Miguel Reale e Marta Suplicy: a terceira via que apoia Lula

Com o enfraquecimento da terceira via, só Lula para ganhar de Bolsonaro. E até opositores históricos do PT sabem disso
No país de Bolsonaro, a terceira via não é uma boa alternativa. Foto/Divulgação/Governo de São Paulo
No país de Bolsonaro, a terceira via não é uma boa alternativa. Foto/Divulgação/Governo de São Paulo

A ameaça é real. Bolsonaro precisa cair. E só uma eleição conturbada como a de 2022 para unir candidatos tradicionalmente da direita em um objetivo em comum: derrotar o atual presidente. A lista, por enquanto, contém Tabata Amaral, candidata a reeleição como deputada federal pelo PSB, Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República e tucano de alta plumagem, Miguel Reale Jr., autor do pedido de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e Marta Suplicy, apoiadora do golpe que derrubou Dilma. Com o enfraquecimento da terceira via, só Lula para ganhar de Bolsonaro. E até opositores históricos do PT sabem.

Por Beatriz Pecinato

Tabata Amaral (PSB) é candidata à reeleição como deputada federal pelo PSB. Em 2018, apoiou Ciro Gomes (PDT) nas eleições presidenciais. Entretanto, como ela mesma reconhece, a chapa Lula – Alckmin é a única que tem chances reais de derrotar Bolsonaro. Em uma entrevista para o UOL, realizada em Março deste ano, Tabata defendia o estabelecimento de uma terceira via, que poderia vencer o atual presidente nas eleições. Entretanto, essa terceira via não se viabilizou.

Tabata Amaral via Twitter

“Vamos fechar essa fatura já no primeiro turno? Eu refleti muito antes de gravar esse vídeo, mas entendi que era necessário que eu viesse aqui fazer um pedido para vocês. Precisaremos colocar a democracia em primeiro lugar e convencer o máximo de pessoas possíveis a votarem, já no primeiro turno, na única chapa que tem condições reais de derrotar Bolsonaro, que é a composta por Lula e Alckmin” disse a candidata no vídeo.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi presidente do Brasil entre 1995 e 2002. Seu partido e sua figura, historicamente, não apoiam Lula. Entretanto, os dois ex-presidentes sempre mantiveram relações cordiais. Hoje, 22/09, FHC publicou em suas redes sociais uma nota pública a respeito do “Voto Pró-Democracia nas Eleições”. O que não espanta é a falta de coragem de Fernando Henrique em citar o nome de Lula na declaração. Porém, a descrição do ex-presidente do PSDB indica que o voto democrático é no candidato do Partido dos Trabalhadores.

FHC via Twitter

Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, (…)” declara a nota de FHC.

Miguel Reale Jr., um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, declarou apoio a Lula na quarta-feira, 21/09. O jurista apoiava a candidatura de Simone Tebet (MBD); entretanto, como a candidata não tem chances de derrotar Bolsonaro, Reale decidiu apoiar Lula. 

Em mensagem ao Estadão, Reale disse: “Sem perspectiva de vitória da terceira via, é importante que Lula vença no primeiro turno, para se impedir ação desesperada de Bolsonaro. Decidir por Lula é consequência de saber que assim se evitará (sic) ataques à democracia, à dignidade da pessoa humana e ao meio ambiente, que, com certeza, sucederão com maior intensidade em novo mandato de Bolsonaro”

Miguel Reale declara voto a Lula

Marta Suplicy, antiga filiada ao PT, e atual Secretária de Relações Internacionais de São Paulo, também declarou apoio a Lula. Em 2016, quando Dilma sofreu o golpe que a retirou do poder, Marta Suplicy não só apoiou ferrenhamente o impeachment, como chegou a levar flores a Janaína Paschoal, uma das autoras do processo ocorrido em 2016. 

No Twitter, Marta publicou seu apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores. “Lula já”, disse em tweet.

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

Regime de urgência para retirar a “função social da terra” da lei 8629/1993 é aprovado a toque de caixa

O projeto é visto como tentativa da bancada ruralista de enfraquecer a reforma agrária e flexibilizar normas ambientais e sociais, favorecendo o agronegócio e grandes proprietários. Especialistas alertam que a medida pode aumentar a concentração fundiária, expulsar comunidades tradicionais e comprometer a justiça agrária e ambiental, agravando desigualdades e conflitos no campo.

O direito do trabalho ainda respira

Danilo Santana, estudante Direito da PUC-SP O Direito do Trabalho ainda respira. Mesmo que esteja por aparelhos, ainda existe uma salvação, apesar dos esforços do