Servidor do TSE envolvido em falcatrua eleitoral de Bolsonaro foi demitido por assédio político

Alexandre Machado, servidor exonerado, tem um longo histórico de mentiras. Quando era repórter publicou matéria mentirosa sobre o governo FHC
Alexandre Machado, servidor exonerado por assédio eleitoral - Foto: Reprodução
Alexandre Machado, servidor exonerado por assédio eleitoral - Foto: Reprodução

Uma polêmica levantada por bolsonaristas surgiu após a exoneração do funcionário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre Machado. O servidor foi responsável por dar fôlego as conspirações do presidente sobre um suposto boicote sofrido por rádios nordestinas. Segundo Bolsonaro, as rádios estariam priorizando inserções de Lula, deixando de passar suas propagandas. Sobre a demissão de Machado, Eduardo Bolsonaro chegou a falar nesta quarta (26) em “conluio entre as forças do PT”. Alexandre de Moraes, que já negou os pedidos do presidente para investigar inserções na rádio pelo fato das provas serem inconsistentes, afirmou que a demissão de Machado tem a ver com o assédio que fazia com outros funcionários. Antes do período eleitoral, o servidor sugeria voto em Bolsonaro e postava mensagens contra Lula em seu perfil do Face.

Por Emanuela Godoy

Para Moraes, a campanha de Bolsonaro pode estar agindo para tumultuar as eleições. Nesta quarta (26), o servidor exonerado foi à Polícia Federal dizer que estava sendo perseguido pela Corte. Relatou ter sido demitido por ter informado aos seus superiores no tribunal sobre as irregularidades na veiculação da propaganda de Jair Bolsonaro, e também acusou Moraes de abusar de seu poder. Já o tribunal disse que Machado nunca fez denúncias sobre supostas irregularidades na veiculação de propagadas. Machado disse a PF que alertava sobre falhas na fiscalização e acompanhamento na veiculação de inserções de propaganda eleitoral gratuita desde 2018, entretanto nunca comunicou qualquer superior.

Declaração de Alexandre Machado para a Polícia Federal, segundo o ex-servidor, ele foi demitido trinta minutos depois de ter enviado um e-mail para a chefe de gabinete do secretário-geral da Presidência do TSE.

Com isso, Machado, eleitor de Bolsonaro, pretende instaurar um clima de desconfiança do eleitor quanto a lisura do processo eleitoral, o que sempre foi estimulado pelo presidente. Na reta final das eleições, Bolsonaro vem reforçando os ataques ao TSE e fala em “3º turno”, ou seja, golpe em caso de derrota. O que está sendo usado para comprovar as falhas na justiça eleitoral é o relatório que comprova o suposto boicote das rádios nordestinas à campanha de Bolsonaro. O TSE, entretanto, já afirmou que a base documental não é crível.

Alexandre Machado tem um histórico de mentiras

  • Matéria Falsa no Correio Braziliense

Nesta quarta (26), o jornalista Ricardo Noblat relembrou que nos anos 2000 foi Alexandre Machado quem fez uma reportagem de capa no Correio Braziliense repleta de erros, o que obrigou o jornal a fazer a famosa manchete: “O Correio errou”.

Capas do “Correio Braziliense” – Reprodução

Em agosto dos anos 2000, o jornal estampava em sua primeira pagina a manchete “O Grande Negócio de Jorge” (Eduardo). A reportagem assinada por Machado afirmava que a empresa DBO Direct tinha contrato de R$120 milhões com o Banco do Brasil para testar um sistema de transmissão de dados. Dizia também que, por trás da DBO, havia uma outra empresa: a DTC, que tinha como sócio o secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge (na época, o presidente era Fernando Henrique Cardoso).

Machado foi desmentido pela DTC e pelo banco, que apontaram que a empresa não possuía vínculo com a DBO, que por sua vez se chamava, na verdade, BDO e não ficava em Curitiba como afirmava a matéria, mas sim em São Paulo. Além disso, a empresa não tinha contrato com o Banco do Brasil. Por causa dos erros de Machado, o Correio Braziliense foi obrigado a fazer uma manchete em letras garrafais se desculpando pela fake news.

Na época, Renata Lo Prete. então Ombudsman da Folha de S. Paulo, republicou em sua coluna as duas capas do jornal de Brasília, a da reportagem de Alexandre Machado e a retratação do jornal. “As duas capas reproduzidas acima mostram o que de mais grave pode acontecer dentro de uma Redação: manchete errada. Não uma qualquer, de página interna, mas “A” manchete do jornal. Não um erro de interpretação ou de informação secundária, mas “O” erro original. Ficção.”

  • Posts mentirosos no Facebook

O ex-servidor, Alexandre Machado, como apurou o Estadão, realizava uma série de posts a favor de Bolsonaro em suas redes. Entre suas publicações, muitas informações falsas foram identificadas. Uma delas chegou até a ser excluída, pois afirmava falsamente que a mulher do premiê do Canadá teria ironizado a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a embaixada brasileira nos Estados Unidos.

Machado também publicou um post falso do deputado federal Paulo Martins (PL-PR). O deputado dizia na publicação que uma pessoa estaria usando um drone para disparar bombas contra um vizinho. A verdade é que o conteúdo havia sido produzido por um humorista que fez a gravação com um grupo de amigos.

 

COMENTÁRIOS

4 respostas

  1. Versões do TSE para a exoneração:
    1-foi uma demissão burocrática, remanejamento comum de funcionários.
    2-exoneracao por assédio moral
    3 -exoneração por assédio político, o cara era um bolsominion.
    Minha conclusão sobre isso:
    O TSE percebeu que as denuncias dele poderiam prejudicar o órgão, ê faz o que é chamado de assassinato de reputação, pra descredibilizar as denuncias que devem estar por vir, ê vocês que são jornalistas livres ê presos a uma ideologia, seguem no assassinato de reputação.

  2. Jornalistas livres de quê? A matéria é tendenciosa, aliás, fico imaginando a falta de cognição e imaturidade, destes profissionais que não tiveram capacidade de perceber a manipulação dos “bancos” acadêmicos!
    No mínimo, duas gerações perdidas, falsos “pensadores”…

  3. Jornalistas???? Só vi a militância corrompida de esquerda por aqui. #Bolsonaro51PorCento

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