No próximo domingo, dia 27/03, em um encontro aberto híbrido, jovens de todo o país, quilombolas e povos de terreiros estarão reunidos em uma mobilização educativa entre lideranças de culturas ancestrais afrobrasileiras, ativistas e articuladores culturais das periferias. O encontro tem como objetivo fomentar a co-criação de ações de enfrentamento à crise climática que serão apresentadas na Rio+30, na Cúpula dos Povos Tradicionais, que vai ocorrer em outubro deste ano. (Clique aqui para participar)
O evento inaugura os chamados “Terreiros Digitais”, estações tecnológicas em espaços de matriz africana nas cinco regiões do país, construídas de forma colaborativa e organizada ao longo de mais de um ano em palestras de mestras e mestres de terreiros, da Capoeira e de movimentos negros.
A transmissão do encontro acontece a partir das 10h e segue até a noite com samba de roda pelo YouTube da Rede Afroambiental, um coletivo composto por inúmeras organizações unidas na defesa do conhecimento ancestral e da diversidades culturais, religiosa e biológica. Ecologia humana, cultura como quarto pilar da educação, economia das culturas, sustentabilidade, tecnologias periféricas e o papel histórico das comunidades e povos de matriz africana na defesa da natureza fazem parte da pauta.
Todos esses temas serão posteriormente levados à Cúpula dos Povos Tradicionais da Rio+30, que pretende acelerar estratégias e políticas públicas para o clima. “Povos de terreiros e o diálogo da cultura ancestral com a juventude periférica têm tudo a ver com as questões ambientais”, explica o coordenador da articulação, mestre de candomblé Aderbal Ashogum Moreira. “Afinal, sem água, sem folha, sem natureza, não existe axé”, completa o fundador da Rede Afroambiental.
“Assim como na histórica da ECO92 no Rio, nossas lideranças estão mobilizadas em reafirmar mais uma vez sua identidade que, por sinal, é totalmente fundamentada no compromisso com a preservação”, reitera o Mestre Aderbal, filho da militante e Iyalorixá Mãe Beata de Yemanjá. Há 30 anos, na ECO92, foi ela quem se posicionou abertamente contra o racismo religioso que exclui povos de terreiro, além de indígenas e periféricos, do protagonismo político das pautas sobre meio-ambiente.
Pela manhã do próximo domingo, o seminário com os preparativos para a Cúpula dos Povos vai transmitir atividades presenciais de teor religioso e cultural. Haverá ritual de cura e uma cerimônia de plantio de uma muda de Dedenzeiro como marco simbólico do encontro.
As articulações vão ocorrer com mestras e mestres de todo o país e até no exterior. Parte das atividade será realizada na Associação Satélite Prontidão, espaço de articulação e formação cidadã para a comunidade negra de Porto Alegre (RS). “Importante salientar que o encontro também marca o lançamento do site da Rede Afroambiental (redeafroambiental.com.br), com mapa interativo de parceiros, dos terreiros digitais e dos espaços para atividades para a Juventude da Rede Afroambiental”, explica mestre Aderbal.
À tarde, será a vez dos articuladores da Agência Solano Trindade, que fomenta atividades culturais e de economia solidária nas periferias de São Paulo. Para encerrar o encontro, o samba de roda vai aquecer os tambores, a partir das 18h30.
Serão fornecidos certificados para todos inscritos de forma presencial ou online. Clique aqui para participar.
Uma resposta
Ótima oportunidade!
A temática é de fundamental importância, uma vez que, é necessário que se preserve ambiental, cultural e socialmente es peixes Vegetais ,pois compõem a nosso História.