Marilia é alternativa promissora para retirar oligarquia Campos do Recife

Marília Arraes. Imagem - Reprodução Facebook.

Por Alexandre Costa

Marília Arraes conseguiu adequadamente ocupar o lugar que lhe estava destinado desde o início da campanha: ser a alternativa mais viável e mais promissora para retirar a oligarquia Campos do poder na PCR.

Ao se colocar como oposição ao PSB, ela se tornou o vetor do desejo de mudança da população recifense refratária aos clichês e aos slogans vazios do discurso oligárquico. Os candidatos de direita e de extrema-direita tentaram ocupar aquela vaga, mas mergulharam em luta fratricida e liquidaram as suas chances efetivas de disputar o segundo turno.

Vale notar que Marília se resguardou de tomar parte nessa disputa inglória entre esses direitistas, fez valer aquilo que a Semiótica chama de habilidade (“saber-não-fazer”) e que lhe resultou em uma votação supreendentemente alta (ao menos segundo as pesquisas de opinião). A direita (Mendonça e a delegada), ao contrário, agiu com inabilidade (“não-saber-não-fazer”) e praticou a destruição mútua, inviabilizando a sua ida ao segundo turno. A conduta inábil de Mendonça, que antes parecia levar a uma forte aglutinação de votos a seu favor, terminou por subtrair votos do candidato do PSB e provocar uma queda preocupante na votação final de João Campos, fortalecendo o impulso de Marília.

A candidatura do PSB se centra, principalmente, no caráter eufórico e hiperbólico do discurso de João Campos, exaltando a juventude e o destino vencedor do filho de Eduardo Campos. Um problema importante no discurso campista são os clichês criados pelo marketing centralizado da campanha e que engessam a criatividade e a imaginação do candidato. Afinal, o que significa “renasce a esperança”?

Tais banalidades igualmente engessam a imaginação do eleitor! O discurso campista parece ter atingido um limite superior de tolerância no sistema de crenças dos eleitores e agora vagueia sem objetivo pelo espaço discursivo da campanha, sem saber que novos lugares comuns adotar. E isso é desesperador para quem só sabe se expressar usando frases sem originalidade. Talvez não fosse exagerado dizer que a campanha do PSB está mergulhando num estado de entropia (a quantidade de ordem ou de desordem num sistema ou a medida da energia em um sistema que não pode mais se tornar trabalho). Os clichês se esgotaram!

Para Marília, a situação é o contrário! A campanha da neta de Arraes está adquirindo “momento”, um conceito da física relativo à força que gira ou torce um corpo em torno de seu eixo de rotação e que, no sentido figurado, define a qualidade que mantém o desenvolvimento ou o progresso de um evento, uma vez tenha começado. No sentido físico, é necessário que a força exercida sobre o objeto não coincida com o seu eixo de rotação; no sentido figurado, os apoios variados de partidos ou de políticos isoladamente, diretos ou transversais, têm adicionado trabalho à campanha dela.

Cabe a Marília aproveitar essa maré favorável para prometer e posteriormente implementar as suas promessas. Ela certamente deve extrair o máximo de vantagens do momentum e interpretar o consenso dos apoios quanto às prementes necessidades objetivas e subjetivas dos eleitores do Recife. Isso é o que o filósofo francês Alain Badiou chama acontecimento, este impasse da ciência do ser que não pode dar conta de uma totalidade. O acontecimento é algo evanescente por definição e é necessário saber aproveitar o momentum que se esvai para talvez nunca mais voltar.

No sentido de Maquiavel, também se pode dizer que é a Fortuna bate à porta da campanha. Saber trabalhar os momentos, as circunstâncias e as contingências é conjugar a Virtú (sabedoria política, astúcia, coragem e magnanimidade) e a Fortuna.

Ademais, Marília tem o apoio dos militantes. Ainda segundo Badiou, o procedimento de fidelidade ao acontecimento não é um processo sapiente/cognitivo, mas sim um procedimento de caráter militante, uma aposta aleatória do sujeito que responde a uma verdade ainda por vir. As pessoas têm sentido que algo vai acontecer, que algo vai mudar, que algo tem que mudar e esperam que Marília faça essa mudança. Ela já tem a ajuda da Sorte!

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Tá de sacanagem né? É DA MESMA LINHAGEM, DA MESMA FAMILIA PO

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