Rap, rappers e juventude de periferia em Cuiabá

“O que garante a uma pessoa legitimidade para ser representante da “quebrada”? É a pergunta que inspira o livro Rap, rappers e juventude de periferia: legitimidade social e múltiplos sentidos”, conta Gibran Luis Lachowski, jornalista, professor universitário, pesquisador de cultura popular e assessor regional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da igreja católica em Mato Grosso.

O livro será lançado às 19h de terça-feira, 06, no auditório da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)/campus Cuiabá durante programação do SemiEdu 2018, um dos maiores eventos de Educação do Centro-Oeste. Sobre o SemiEdu: http://eventosacademicos.ufmt.br/index.php/semiedu/index/schedConfs/current

Rap, rappers e juventude de periferia mergulha no universo rap (disc jockey/dj e mestre de cerimônia/mc) com o intuito de mostrar a essência da estrutura simbólica que sustenta uma das mais contundentes manifestações político-culturais contemporâneas, com origem mais visível na Jamaica e grande difusão nos Estados Unidos, aportando nos anos 80 no Brasil.

A obra também costura a experiência do rap em Cuiabá com sua repercussão nacional e internacional. Concentra-se em rappers locais a partir da análise de letras de músicas, performances em shows, posicionamentos públicos e entrevistas. Recorre a uma variedade de ativistas e pesquisadores de Comunicação, Cultura, Estudos Culturais, Democracia, Juventude e Hip Hop.

 

É a síntese do esforço para apresentar o cenário por meio de seu protagonista, o rapper, e compreender de que maneira ele enxerga o seu principal personagem: o jovem da periferia.

 

A obra é, ainda, um documento histórico sobre o rap no Centro-Oeste brasileiro, especialmente na capital do conservador estado de Mato Grosso, e com certa extensão à vizinha Várzea Grande, sobretudo acerca de seu nascimento em terras cuiabanas e desenvolvimento até 2008, quando o levantamento de dados foi findado. Um cenário então ainda pouco marcado pelas batalhas de rap hoje cultivadas no centro da capital e pela maior participação das “minas”.

Um cenário então destacado pela aproximação de parcela do movimento hip hop (dj, mc, break e grafite) com o poder público, pela inserção do basquete de rua e realização de oficinas culturais em eventos promovidos por coletivos jovens. Um cenário em que o cultivo e a troca de informações do rap se dá pelos meios de comunicação alternativos, como as rádios comunitárias, e tem espaço quase nulo nos veículos convencionais, marginalização que ainda persiste. Enfim, um cenário, um retrato, uma liga com o nosso presente.

Rap, rappers e juventude de periferia oferece a pesquisadores, militantes de movimentos sociais, integrantes do hip hop e entusiastas da cultura popular um olhar que cristaliza o rapper enquanto referência social. E longe do estereótipo, vislumbra-o como um produtor de sentidos marcado pela pluralidade de pensamentos, subjetividades, necessidades e desejos”, completa Lachowski, convidando para o lançamento. “Um salve… Amém! Axé! Awire! Aleluia!”

 

Em breve a obra vai estar no catálogo on line da editora Appris (https://www.editoraappris.com.br/).

 

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

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