Ato de protesto exige punição para assassinato de jovem na Bahia

Manifestação diante da sede da PM em Salvador pede esclarecimento e justiça por morte de Davi Oliveira


Poetas de ônibus e metrô, entidades, sindicatos, igrejas, Movimento Negro Unificado (MNU-BA), Coletivo Juventude Negra Baiana, Movimentos Cristãos Contra o Fascismo e Coletivo Incomode iniciaram em Salvador, neste sábado, 12, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Campanha #JustiçaPorDavi, pela apuração e punição do assassinato de Davi Pereira Santos de Oliveira, de 22 anos. O jovem trabalhador e pai de família foi baleado e morto com uma máquina de cortar cabelos na mão durante ação da Polícia Militar em São Félix, cidade do Recôncavo Baiano. O ato por justiça foi realizado diante da sede do Comando Geral da PM.

Devido à pandemia, foi evitada aglomeração, respeitando os procedimentos de saúde coletiva e segurança sanitária da OMS/ONU, e apenas os porta-vozes de entidades participaram do ato, que pretende criar uma Articulação Negra Baiana para acompanhar as investigações deste caso de violência policial.

“Precisamos de autodefesa urgente de nós com e por nós. Mobilização contra violência policial é importante. Agora, somado a isso, nós juventude negra queremos ficar vivas e vivos ao invés de só estarmos em unidade para chorar nossos mortos. O que aconteceu em São Félix está ocorrendo todos os dias a cada 23 minutos. Somos 63 jovens assassinados neste país e o Governo do Estado, a Secretaria de Segurança Pública, a ALBA que são definidores da política de segurança, precisam colocar o dedo na ferida por uma outra lógica policial. Ou é isso ou é nossa morte. É por isso que estamos aqui hoje em frente ao Comando Geral da PM baiana em ato e diálogo por uma Coalizão Negra pelas nossas vidas”, afirmou Marcolino Vinicius Vieira, poeta de metrô e porta-voz do Coletivo Juventude Negra Baiana.

Nos próximos dias será lançada nota conjunta convidando outras instituições, organizações, órgãos e movimentos para dar visibilidade nacional à campanha #JustiçaPorDavi, visando, dentre outras coisas, pautar a abordagem policial e a formação racista da política de segurança pública na Bahia.

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

A bahia que não veremos em Renascer

A Bahia que não veremos em Renascer

Enquanto a estreia do remake da novela “Renascer” promete ressuscitar a cultura do cacau na Bahia nas telas e o culto ao “bom coronel”, a dramática realidade no Sul do estado contradiz a narrativa ficcional. “Renascer” busca entretenimento, mas o segundo estado com maior população indígena do Brasil enfrenta uma realidade que não é mostrada nas tramas televisivas.