Prefeitura de Hidrolândia e Governo de Goiás violam direitos de famílias acampadas em fazenda

Após reocupar a Fazenda São Lukas na manhã de hoje (24), desapropriada pelo governo federal por estar ligada à exploração sexual de mulheres, 600 famílias do MST começaram a ter seus direitos básicos à água e alimentação negados pelo Estado.

Segundo relatos das famílias acampadas no local, o fornecimento de água foi cortado pela Prefeitura de Hidrolândia e o Governo de Goiás por meio da Polícia Militar, que estabeleceu um cerco para dificultar a entrega de alimentos na ocupação. A Ouvidora Geral Externa da Defensoria Pública de Goiás, Ângela Ferreira, seguiu para a Fazenda São Lukas para apurar as denúncias de violações de direitos humanos.

É importante salientar que trata-se de uma área federal, portanto fora da esfera de atuação tanto da Prefeitura de Hidrolândia como do Governo de Goiás. O termo de transferência de domínio do imóvel rural foi feito pela União, representada pela Superintendência do Patrimônio da União em Goiás (SPU-GO) para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), representado pela Superintendência Regional em Goiás, e assinado no dia 23 de junho de 2023 pelos respectivos superintendentes Uzias Ferreira Adorno Júnior e Elias D’Ângelo Borges. O processo de destinação está registrado sob o número 19739.115153/2023-59.

A ocupação da propriedade é simbólica para o conjunto das mulheres sem terra, pois trata-se de uma área em que dezenas de mulheres, entre elas muitas adolescentes, foram vítimas de violência, aprisionadas e traficadas para a Suíça, onde eram submetidas à exploração sexual.

O esquema foi mantido por três anos e as vítimas eram, principalmente, mulheres goianas de origem humilde das cidades de Anápolis, Goiânia e Trindade. As negociações continuam para garantir que a área seja destinada para a reforma agrária.

Após reunir-se com prefeito de Hidrolândia, o superintendente do Incra, Elias D’Ângelo, participou de uma reunião com advogados do MST, Ouvidoria Agrária Nacional, Ouvidoria Geral Externa da Defensoria Pública de Goiás, CPT Goiás, MST e o deputado estadual Mauro Rubem.

Fonte: https://www.instagram.com/p/CvF23n6ub-S/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng==

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