American Airlines é acusada de racismo e transfobia por impedir ativista de embarcar para os EUA

 

Nessa segunda-feira, 25, Alessandra Makkeda, um dos nomes mais importantes para o movimento LGBT do Rio de Janeiro, deveria ter embarcado para Washington para apresentar um projeto relacionado à década dos afro-descendentes no Congresso dos Estados Unidos.

Fundadora do Fórum Nacional de Trans Negras, do Instituto Transformar, colaboradora dos Jornalistas Livres e integrante do Setorial LGBT do PSOL, Alessandra havia recebido convite do parlamentar negro do Partido Democrata, Harry “Hank” Johnson, dentro de um esforço pioneiro de sua agenda legislativa para impulsionar o marco simbólico criado pela ONU, a fim de dar atenção especial à comunidade afrodescendente pelo mundo.

Porém, a companhia American Airlines impediu o embarque de Alessandra no aeroporto, já que o nome que constava nos seus documentos não correspondia ao bilhete emitido. Ficou configurado, então, o não reconhecimento do nome retificado de Alessandra em relação ao seu nome de registro – mesmo havendo em mãos uma cópia da sentença judicial que afirmava se tratarem da mesma pessoa.

Em nota, o Setorial LGBT do PSOL do Rio de Janeiro afirmou que situações como essa são inaceitáveis, embora ainda sejam comuns. “Infelizmente, ainda faltam protocolos das companhias aéreas para se adequarem à realidade da diversidade de gênero. Entende-se que nem sempre se trata de má-fé ou repentino sentimento de ódio por parte de um ou outro indivíduo, mas que a transfobia envolvendo o caso está arraigada na cultura da sociedade brasileira como uma ignorância que se reproduz quase sempre sem reflexão”, destacou.

“Somos solidários a ela, acima de qualquer debate sobre as responsabilidades individuais e coletivas relacionados ao caso de constrangimento ilegal e dano irreparável a nossa camarada”, acrescentou o Setorial. “Declaramos veementemente que Alessandra é uma mulher negra e trans com distinta dignidade e competência para atuar em defesa de toda comunidade LGBT”, acrescentou. “Se neste momento há uma enorme frustração pela perda de uma oportunidade ímpar de atuar junto a proeminentes ativismos negros que, agora, modificam o cenário politico nos EUA, a nossa convicção é que em breve não faltarão oportunidades melhores para Alessandra, com quem nos comprometemos a atuar como aliados incansáveis na luta contra o racismo e a transfobia que ainda tentam bloquear seu caminho”.

Diante da situação, o Setorial LGBT decidiu planejar uma manifestação pública de repúdio. “Para nós, não basta que sejam dadas desculpas pontuais, mas é necessário que haja uma união que impeça a ocorrência de novos casos semelhantes. Fazemos um chamado para nos reunirmos por Alessandra e todxs pessoas trans que tiveram sonhos impedidos”, acentuou.

 

COMENTÁRIOS

2 respostas

  1. Em nenhum lugar do mundo pode embarcar com o nome da passagem diferente do que consta do passaporte…seja a pessoa branca, amarela ou negra…muito sem noção a pessoa que tentou embarcar desta forma…e agora fica esse mimimi persecutorio…se tivéssemos embarcado provavelmente teria problemas para entrar nos Estados Unidos…quando o funcionário da imigração fizesse o “cara / crachá”….como há muitos funcionários da imigração que são afrodescendentes, queira ver puxar a cantilena do racismo… Eita povo sem noção!

  2. Na verdade, tem acontecido ultimamente muito falatório de tudo que acontece, infelizmente a internet tem dado projeção demasiada a tudo que acontece, é o lado ruim desta midia chamada internet… só que todos os fatos, tem dois lados e nem sempre é analisado estes dois lados dos fatos nos depoimentos, fakes, watts, etc…
    Agora, se a coisa é legal, regular e está sendo desreitpeitada, a melhor e a mais eficaz forma de punir quem errou é pelo bolso, pois o capitalismos só sente se tiver que mexer no bolso.

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