Pôncio Pilatos, o patrono dos juízes covardes

Pilatos

Por Jônatas Baptista

Cedeste ao vil clamor, receoso de perder
O cargo, o mando, a glória, o luxo, a ostentação.
O medo te prostrou. Não te quiseste erguer
Além da turba infame, em louca exaltação.

Sufocaste ao interesse o mais santo dever,
Foste surdo à consciência, à alta voz da razão…
Esfarrapaste a toga! O crime, a arremeter
Contra o Justo, triunfou num sinistro clarão…

Homem da lei, fugiste ao nobre compromisso
De amparar o Direito, erguendo o teu protesto,
Contra a sanha do mau, soberbo, insubmisso…

A História recolheu teus fingidos alardes…
Lavaste as mãos, bem sei, mas não te salva o gesto
__Serás sempre o padrão dos juízes covardes.

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