Por: Carol Proner
Tão grave quanto a mortífera invasão da polícia civil na favela do Jacarezinho, agindo como um grupo de extermínio e não como agentes de segurança pública, foram as justificativas apresentadas pela Polícia Civil na coletiva de imprensa, negando as execuções e criticando o que entende ser “ativismo judicial” a inviabilizar maior presença do Estado nas comunidades.
Em tom intimidador, o chefe da Polícia Civil menospreza as instituições e o direito e encoraja seus subordinados ao arbítrio ilimitado contra moradores, transmitindo a certeza da impunidade diante dos mais variados crimes como a invasão de casas, confisco de celulares, ameaças e humilhações como as vividas pelas mulheres obrigadas a limparem o sangue das vítimas com água sanitária para que as provas das execuções pudessem desaparecer.
Entidades de direitos humanos e moradores denunciam que projéteis foram recolhidos e corpos transportados pela própria polícia para que a tragédia não pudesse ser documentada.