Pobreza infantil bate recorde no Brasil em 2021

Índice de crianças de até seis anos em situação de pobreza atingiu 44,7% em 2021 no Brasil, afirma estudo

Fome no Brasil? Fome pra valer não existe da forma que é falado”, afirmou Jair Bolsonaro à rádio Jovem Pan, em 26 de agosto de 2022. Além da volta do Brasil para o Mapa da Fome das Nações Unidas em 2022, cerca de um mês depois da mentira proferida pelo presidente da República, uma pesquisa realizada por estudiosos da PUCRS Data Social escancara a pobreza infantil no Brasil. 

Por Raquel Tiemi

Em termos absolutos, no ano de 2021, o número de crianças que vivem em lares considerados pobres contabilizou 7,8 milhões, com um aumento de 1,4 milhão em relação a 2020. Essa expansão equivale à população total da cidade de Porto Alegre (1,5 milhão). A pesquisa demonstra que o índice e o crescimento da pobreza infantil são os maiores da última década. 

O estudo mostra que o patamar de crianças de até seis anos em situação de extrema pobreza também bateu recorde. O aumento foi de 58%, 819,7 mil em números absolutos, resultando em 2,2 milhões em situação de pobreza infantil extrema. 

Para melhor compreender esse contexto, os pesquisadores utilizaram critérios de PPC (Paridade do Poder de Compra), adotado pelo Banco Mundial. Com valores em reais de 2021, a linha da pobreza foi em torno de R$ 465 per capita (por pessoa) por mês, já a medida extrema da pobreza foi de cerca de R$160 per capita por mês. Assim, crianças que viviam em casas com a renda por pessoa abaixo desses valores enfrentavam a pobreza ou a pobreza extrema. 

Os efeitos dessa situação acometida à população infantil possui perspectivas extremamente prejudiciais para o futuro das crianças e do Brasil. De acordo com a opinião dos pesquisadores do levantamento, a pobreza em estágios de formação do indivíduo compromete o desenvolvimento de habilidades cognitivas e físicas. 

Segundo os estudiosos, grande parte desse cenário pode ser explicado pela paralisação do pagamento do auxílio emergencial no início de 2021 e pela redução brusca no valor do benefício. A diminuição do auxílio de 600 para 300 reais, estabelecida por Bolsonaro, evidencia mais uma vez a ignorância do presidente da República diante da situação urgente do Brasil.

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