
2020 deixará saudade, não pela tragédia inoculada, mas pelas palavras que invadiram a consciência, ciência aflita na mente e vozes da gente.

Homens de livros e palavras determinam uma nação possível, gesto de dedos na mão. Poderes sem verbo cairão na sarjeta, no bueiro urbano que poluem o rio Tietê e adjacentes, território de minhas águas, nossas águas.
Saímos desse ano insano com um intelectual do ano e homens de saberes indígena.

Incide a chama, um Camões que tigiversáramos no tempo inglório, passado longínquo que persiste.
Ailton Krenak será sempre o pensador do ano, nosso Juca Pato de natal, e Davi, que aponta a estrela do céu que cai, caiu na academia do pensamento da humanidade, sabe o que diz.

Ano novo ocupa o vasto território de nossa flama, avante vivemos.

*imagens por Helio Carlos Mello