PARA ENTENDER O COMBATE ENTRE O CHAVISMO E O IMPERIALISMO NA VENEZUELA

A Venezuela, desde sua revolução bolivariana iniciada pelo comandante Hugo Rafael Chávez Frias, sentiu profundas mudanças econômicas e principalmente sociais em sua nação, mudanças que alteraram totalmente o rumo do país que antes era um dos mais desiguais da América do Sul. Porém, hoje a Venezuela se encontra a beira de uma guerra civil, ameaçada e desejada pela oposição que quer tomar o poder a qualquer custo.

Para entender o caos e o contexto que se vive hoje na pátria de Bolívar, é preciso se ter conhecimento de como era o país antes dos anos 2000. A elite venezuelana, sempre representada pelos governantes, era beneficiada exclusivamente pelos lucros que a alta reserva de Petróleo do país gerava. Os pobres não eram incluídos no orçamento, e quase 70% das pessoas viviam na pobreza, sendo 25% na miséria extrema. A taxa de desemprego nos anos prévios a eleição do então militar Hugo Chávez era de 14% , para se ter uma noção, número que caiu para 8% ao fim de seu governo como presidente.

Na era Chávez, que foi iniciada em 1999, a pobreza caiu em mais de 20% de acordo com a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe) e o país passou a registrar a menor desigualdade social entra nações latino-americanas, de acordo com relátorio da ONU, com 0,41 no índice de Gini que mede o grau de desigualdade na distribuição de renda domiciliar per capita entre os indivíduos de um país. Para se ter uma comparação concreta, o PIB total da Venezuela em 1998 era estimado pelo FMI em 91,339 bilhões de dólares, e em 2012, ano do último mandato de Chávez antes de sua precoce morte, era de 337,433 bilhões de dólares. A inflação, que antes de 1999 era em cerca de 29,90% ao ano, chegou a alcançar 12% em 2001, número que infelizmente voltou a crescer após a tentativa de golpe mal sucedida vindo da direita financiada pelo imperialismo ianque e pela CIA em 2002, que dividiu o país desde então. Portanto, estes números irritaram profundamente a alta burguesia, que era beneficiária única dos retornos econômicos do investimento petroleiro.

O fato é que os números prósperos do “chavismo”, foram fortemente abalados após a morte do comandante. A ofensiva imperialista, apoiada pela burguesia venezuelana, partiu para cima como nunca antes. Empresas capitalistas (como a Herrera S.A., empresas Polar, entre outras) são acusadas de acumularem intencionalmente seus produtos alimentícios para revendê-los mais caros prejudicando o governo do atual presidente chavista Nicolás Maduro, que hoje é duramente sancionado de diversas maneiras pelas grandes potências ocidentais que querem colocar a mão no petróleo venezuelano.

Como aconteceu durante o golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff no Brasil em 2016, há uma campanha intensa para se denegrir a imagem da esquerda na Venezuela. A grande imprensa no mundo inteiro, influenciada pela cultura americana como formadora de opinião, vende hoje a imagem do presidente Nicolás Maduro como um ditador sanguinário, sem mencionar as enormes manifestações do povo bolivariano em seu favor, e sem falar dos assasinatos cometidos pelos manifestantes da oposição. Há também uma tentativa de “igualar” o caos em que se encontra a Venezuela hoje com os anos de governo do líder Hugo Chávez, que na verdade foram tratados como os “anos de ouro” para as camadas que eram excluídas da política e do orçamento público.

Antes de se criticar, é preciso entender o contexto histórico em que o país venezuelano se encontra, a ofensiva dos setores golpistas e capitalistas desde 2013, financiados pelos norte-americanos. A oposição de direita não quer de fato garantir a paz da nação e o simples afastamento do presidente (eleito democraticamente). Querem vender as riquezas do país para os gringos, querem de volta os privilégios para as velhas oligarquias, a exclusão dos pontos POSITIVOS e dos ganhos sociais do chavismo, e estão dispostos a conseguirem isto mesmo que tenham que continuar praticando atos terroristas diariamente. Os que acusam Maduro de ser um ditador, são justamente os que financiaram e financiam as maiores ditaduras ao redor do mundo (como a do Brasil em 1964, Chile em 1973, Argentina em 1966 e 1976, Panamá 1989, entre outros muitos países.)

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