Oxigênio que salvou vidas em Manaus foi doação da Venezuela de Maduro

Bolsonaro mente no Jornal Nacional e esconde que oxigênio foi doação do país vizinho

Jair Bolsonaro mentiu em sabatina ao Jornal Nacional na noite da última segunda-feira (22) ao dizer que o governo brasileiro enviou oxigênio para pessoas que agonizavam com coronavírus em Manaus. 

A verdade é que a Venezuela foi a responsável por salvar milhares de vidas no estado do Amazonas, em janeiro de 2021. Logo nos primeiros dias do ano, o governo federal de Jair Bolsonaro foi avisado que faltaria oxigênio no estado da região Norte, mas o Ministério da Saúde ignorou as notificações. 

A Venezuela de Nicolás Maduro doou, então, sistematicamente durante semanas, caminhões de oxigênio para o estado brasileiro. Mesmo com a solidariedade do país vizinho, o Brasil registrou 29,5 mil mortes por Covid-19 somente em janeiro desde ano. 

Trabalhadores da Siderúrgica do Orinoco Alfredo Maneiro, principal produtora de aço venezuelana, estão a todo vapor trabalhando na produção de oxigênio, nitrogênio e argônio durante a pandemia para abastecer os hospitais de campanha venezuelanos. Agora, parte desta produção tem sido enviada ao Brasil para salvar vidas em Manaus. 

“Como classe trabalhadora temos o orgulho de saber que, com o fruto do nosso esforço, vamos contribuir para salvar vidas dos irmãos que apresentam Covid-19 em Manaus, como parte dos acordos de Diplomacia da Paz dirigidos pelo presidente Nicolás Maduro”.

Meses depois, em março de 2021, o estado do Amapá enfrentou uma situação parecida de colapso do sistema de saúde e falta de oxigênio. Novamente o país venezuelano se colocou à disposição para enviar caminhões com a doação de oxigênio, mas o governador do estado, Waldez Góes, sequer respondeu ao ofício, deixando a população à mercê do descaso público brasileiro. 

Ainda em março, a Venezuela reforçou um pedido feito à Organização das Nações Unidas (ONU) para que o órgão intercedesse junto ao Brasil a fim de conter a crise sanitária. 

Em carta destinada ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o chanceler Jorge Arreaza falou em uma “situação perigosa que ameaça toda nossa América do Sul” causada pelo avanço da covid-19 no Brasil que, segundo ele, é “consequência da negligência reiterada e criminosa” do presidente Jair Bolsonaro. 

Além disso, o país mantém um esquema de flexibilização e radicalização da “quarentena solidária e voluntária”. Desde junho do ano passado, o país adota o esquema 7+7, uma semana de confinamento total e uma semana de flexibilização, que permite o funcionamento de comércios, academias e restaurantes.

Transcrição da mensagem dos trabalhadores venezuelanos que produziram oxigênio doado aos brasileiros:

“Boa tarde, hoje dia 16 de janeiro, às 12h40, estamos aqui na Planta de Separação de Ar número 6, garantindo a produção de oxigênio, nitrogênio e argón graças aos esforços de todos nós da classe trabalhadora. Estamos demonstrando o caráter humanista do nosso país, do Governo Bolivariano, ao estar produzindo não só aço, mas também o oxigênio necessário para contribuir com a recuperação dos pacientes de Covid-19 que estão sendo atendidos nos hospitais de campanha de nossa Pátria. Assim mesmo, estamos assumindo a missão de entregar por instruções do presidente da República, Nicolás Maduro Moros, de nosso ministro, Tareck El Aissami, o oxigênio para apoiar a situação que a República Federativa do Brasil está lidando, especificamente Manaus, onde estão requisitando o apoio de nossa nação. E nós, como filhos e filhas de Bolívar, como classe trabalhadora, estamos atendendo sua solicitação. Estamos demonstrando com isso, que a SIDOR (Siderúrgica do Orinoco Alfredo Maneiro) é mais do que aço. Produzir é vencer!

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