Foi deflagada na manhã da última sexta-feira (14) a operação Ópla, começou, no Mato Grosso do Sul, com objetivo de proibir o trânsito e comércio ilegal de armas que é feito por indivíduos que possuem registro de caçador, atirador ou colecionador (CACs). A Polícia Federal emitiu 7 mandados de prisão em Campo Grande, capital do estado, e em Maracaju.
Por Júlia Galvão
A operação Ópla, que significa arma em grego, é a continuação de uma investigação que teve início 10 dias atrás no estado. Durante a operação passada, um que apresentava o registro CAC foi preso, e, com ele, foram apreendidas três pistolas, quatro fuzis e alguns coletes balísticos com identificações falsas da Polícia Civil.
A Polícia Federal acredita que o comércio ilegal de armas esteja sendo realizado pelo uso de “nomes laranjas”, também conhecido como “testa-de-ferro” (indivíduos que intermedeiam transações financeiras ilegais, emprestando seu nome, documento ou conta bancária para esconder a identidade de quem o contrata). Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, esses registram as armas em seus nomes para repassarem para organizações criminosas responsáveis por crimes violentos (ataques a comércios, agências bancárias e tomada de cidades).
Especialistas investigam como as medidas de flexibilização dos CACs podem ter colaborado no aumento da circulação ilegal de armas no Estado. O número de registro de CACs foi triplicado durante o governo Bolsonaro. Entre os anos de 2003 e 2018 foram concedidas 170 mil documentações. A partir de 2019, segundo informações do Exército Brasilero, esse número saltou para cerca de 550 mil.
Essa quantidade dificulta o controle de armas circulando no país e facilita ações de organizações criminosas, como é observado atualmente nas operações do Mato Grosso do Sul. Ainda não há informações a respeito de quantos mandados foram cumpridos e quantos armamentos foram apreendidos durante as investigações mais recentes.