Ocupação José Bonifácio e Rua do Ouvidor

Foto: Rodrigo Zaim

 

O olhar das mulheres que participaram das ações de ocupação de imóveis abandonados

“Antes ou pagava o aluguel, ou comia.”

Joélia, casada, 4 filhos — Nascida no Ceará, reside em São Paulo há 12 anos, na Ocupação São Francisco.

Foto: Sato do Brasil

“Depois que vim morar numa ocupação, diminuiu o custo do aluguel, que antes pagava muito caro. Agora, com a taxa colaborativa, consigo comprar comida e vestir meus filhos. Antes ou pagava o aluguel, ou comia. Sou trabalhadora assalariada e com o pouco que ganho não dava pra sustentar a família. Se estou na luta hoje é pelo futuro dos meus filhos.”


“Graças ao movimento, hoje, voltei a ter esperança”

 

Nilda de Souza — 66 anos, enfermeira, mora em São Paulo há 16 anos, atualmente sem residência — 1ª Ocupação J. Bonifácio.

Foto: Sato do Brasil

“A situação que me encontro é degradante. Graças ao movimento, hoje, voltei a ter esperança. Depois de trabalhar como enfermeira durante toda a vida, não consegui me aposentar por problemas de saúde. Sem nenhum tipo de renda fixa, não tenho como pagar aluguel, comer, ter os mínimos direitos à saúde e a moradia, fui resgatada das ruas pelo movimento Frente de Luta por Moradia (FLM).”


“A maioria trabalha e ninguém tem condições de pagar um aluguel e ao mesmo tempo sobreviver”

Glaucia — 34 anos — no movimento há vários anos — Ocupação Cambridge.
Trabalhadora e ex-sindicalista dos Operadores de Telemarketing.

Foto: Sato do Brasil

“Entre nós, a grande maioria trabalha e ninguém tem condições de pagar um aluguel e ao mesmo tempo sobreviver. Resido no Cambridge há dois anos e depois disso muita coisa mudou na minha vida. E hoje estamos aqui lutando pelas pessoas que ainda não tem moradia. Aqui é uma união, um ajuda o outro, a gente conquista o espaço para outros morarem.”


“Hoje eu estou aqui lutando para conseguir uma moradia pro meu filho e pro meu neto, que moram na favela”

Ruana — 67 anos — No movimento há 3 anos — Ocupação Antigo INSS.

Foto: Sato do Brasil

“Aluguel é muito caro e eu ganho salário mínimo. Não dá pra viver uma vida estabilizada. Hoje eu estou aqui lutando para conseguir uma moradia pro meu filho e pro meu neto que moram na favela. Meu sonho é conseguir minha moradia própria, com dignidade, e sei que com o movimento isso será possível. Me sinto mal de ver os manifestantes indo pra Paulista em ato contra a Dilma, sendo que ela é a única que ainda olha por nós.”


“Minha vida mudou muito após a ocupação, principalmente por poder ter moradia com um custo acessível, dignidade, o que reflete em estrutura familiar.”

Miriam — 32 anos — Uma filha — No movimento há dois anos e seis meses — Ocupação Ipiranga/São João.

Foto: Sato do Brasil

“Minha vida mudou muito após a ocupação, principalmente por poder ter moradia com um custo acessível, dignidade, o que reflete em estrutura familiar. Hoje consigo fazer uma faculdade e dar um estudo melhor pra minha filha. Espero que gente vença mais uma luta e que façamos valer nossos direitos, a cada dia, construindo um futuro melhor para nossos filhos.”


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