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O sal da terra e as cores dos ventos

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No céu da praça na tarde cinza, balões vermelhos se misturam aos helicópteros no firmamento.

Bandeiras se agitam entre as grandes torres do templo e santos, em severo concreto, vigiam e balizam os braços, tantos braços, entre prece democrática: NÃO VAI TER GOLPE .

Aqui os anjos são barbados e trajam vermelho e o palhaço não tem nariz redondo.

Tudo seria um parque de diversões ou um grande circo mágico, não fosse a tensão subcutânea na alegria de todos.

O sal da terra está nos olhos de todos, e o vermelho é a vida que segue.

 

 

O ar tem odores verde e amarelo de bandeira em punho de gente cafusa, rosa, preta, imigrante branco do oriente, campesino do sertão, operário periférico, evangélico arretado, artista, intectual, professor.

 

 

 

O povo é rei na praça e o golpe é eco, tal um grande órgão externo à Sé e sua fé. Se os tempos são de dúvidas, aqui a fé é cega e o rumo é certo, cingido em manto de liberdade e democracia.

 

A praça não tem bancos nem as sedes envidraçadas da Paulista, mas o vento flui, em todas as cores do país, e o vermelho é limpo.


É tarde e hora de voltar para casa.

 

No velho café da praça, Caetano Veloso toca baixo no rádio seu ninar:

os olhos da cobra verde hoje foi que arreparei,

se arreparasse a mais tempo não amava quem amei.

arrenego quem diz que o nosso amor se acabou,

ele agora está mais firme do que quando começou.

4 Comments

  1. Pingback: O sal da terra e as cores dos ventos | Jornalis...

  2. Cristina

    01/04/16 at 20:14

    Lindo texto e belíssimas imagens !!!
    Emocionante !!!!
    Obrigada!

    • José Claudio Soares

      14/04/16 at 11:48

      O fato de que as pessoas envolvidas em denúncias de corrupção graves comandar e engendrar este processo não é motivo para entrar com a ação, no STF, sabendo que um monte de gente que estão querendo tirar a presidente Dilma, de alguma forma estão envolvidos na operação lava jato e outros crimes. Que esse processo é vingança do maior corrupto do Congresso Nacional Chamado Eduardo Cunha. Ganha a eleição em 2018 com voto popular nas urnas.

  3. Josefa Batista Lopes

    03/04/16 at 21:31

    Parabéns Jornalistas Livres! Obrigada por existirem! Mais Jornalistas Livres!!!

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