O nascimento do menino, o tempo de amar e de lutar por justiça na terra da injustiça

 

Por Emilio Lopez

A gravidez é um tempo de espera de nove meses para o nascimento de um novo ser. Tempo de alegria e apreensão para uma família, anda mais que havia forte suspeita que esta mulher pudesse ter cometido do adultério. Para a cultura da época a punição era o apedrejamento. A turma do ódio defendia isto, mas um menino que se tornou homem pronunciou uma frase que abalou as certezas “atire a primeira pedra que não teve nenhum pecado”. Esta lição deveria ser aprendida por muitos moralistas sem moral.

O menino nasceu numa manjedoura e marcou o início de um novo tempo. Nada mais frágil que uma criança recém-nascida e uma mulher que deu a luz. Como eles seriam o anúncio de um tempo novo?

Este é o segredo da esperança, é do mais frágil que brota a fagulha que pode levar transformar o mundo. Lembremos um detalhe de nosso tempo, após o golpe não foram às mulheres que foram as ruas para derrubar o poderoso Eduardo Cunha?

E não nos esquecemos de que as mulheres eram as últimas na organização social daquela época, mas foram as primeiras a verem este homem ressuscitado e seus nomes são lembrados até hoje.

Nestes tempos, há mais de dois mil anos, em que esta criança nasceu uma estrela marcou o caminho de três reis que foram levar especiarias até ela. Os reis do mundo foram até uma manjedoura reverenciar o nascimento de que as más línguas diziam ser “o filho de Deus”.

Por isso, o presépio criado por São Francisco registra a imagem de menino pobre e que em sua simplicidade veio transformar o mundo.

Este homem foi condenado a crucificação, crime político a época, por se levantar contra vida abastada dos donos do templo, contra o domínio do império romano e por divulgar uma ideia muito perigosa: os homens seriam iguais.

Esta ideia de igualdade estava ligada ao paraíso, mas lentamente aos longos dos anos levou a Revolução Francesa, que na sua declaração dos direitos dos homens, consagrou que todos os homens eram iguais perante a lei.

Com a duríssima exploração capitalista no tempo das indústrias, a ideia de que os homens eram iguais levou a formação da primeira Internacional e que agora os seres humanos deveriam ser de fato iguais e a ter direitos.

Em tempos da escravidão promovida no Brasil por Temer e que será continuada pelo novo governo que se inicia, do aprofundamento da desigualdade no mundo que solapa as bases da democracia é importante lembrar que continuamos a luta pela igualdade entre os seres humanos, pelo milagre diário de dividir “os pães e os peixes”, e pela esperança de que sejamos verdadeiramente livres e de continuar a defender uma terrível e assustadora verdade que tira o sono da classe dominante: os seres humanos são iguais e devem ter as mesmas condições matérias e direitos.

Natal é o tempo da esperança de um mundo sem miséria e sem isto a vida humana na terra perde o sentido. A esperança é que nos move a ser fazer algo que nos torne de fato irmãos um dos outros, que nos torna solidário as lutas do povo.

Em 2019, espero que seja tempo de recuperar a esperança de nosso povo e de superar a escravidão que os poderosos querem impor sobre os pobres. Abramos um sorriso para este tempo que se abre e vamos à luta para fazer com que nossa esperança gere transformações profundas em nosso país.

Imagens: Antonio Poteiro (1925 – 2010)

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