Por Fernanda Cirenza
Realmente emocionante ver e ouvir Luiz Inácio Lula da Silva, um homem de 76 anos, que quer e consegue se superar. Que quer ser melhor do que é — e é. Lula deu um show na sabatina do Jornal Nacional e fez até Caetano Veloso chorar.
O ex-sindicalista, o ex-metalúrgico de origem humilde, nascido em Garanhuns, Pernambuco, que liderou greves de operários no ABC paulista durante a ditadura militar, vai virando o jogo de forma exemplar. Depois de amargar o golpe contra Dilma Rousseff e a morte de Marisa Letícia, Lula foi preso sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Quem esteve na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo na noite de 7 de abril de 2018, quando ele seguiu para a sede da Polícia Federal em Curitiba, também se emocionou. Com o prédio cercado por militantes, Lula afirmou que não iria “correr” e “nem se esconder”.
Em Curitiba, passou 580 dias trancado, tempo insuficiente para derrubá-lo. Bem que tentaram. Mas por algum motivo que só os valentes conhecem, resistiu mesmo sob fortes ataques: primeiro, a morte de seu irmão mais velho, Vavá, depois a do neto Arthur, de apenas 7 anos. Tinha muitos ingredientes para esmorecer.
Sob a bandeira mentirosa de “limpar” o país da corrupção, o então juiz Sergio Moro está para a história como parcial, suspeito e incompetente. Lula desacreditou o principal homem que o acusava, desacreditou a Lava Jato, reconquistou seus direitos políticos, casou com Janja e, na última quinta-feira, 25 de agosto, em sabatina à TV Globo, mostrou a que veio. Está íntegro.
À parte os programas sociais, os investimentos em educação e saúde e a alta performance como negociador com o mundo, Lula fez o PIB per capita triplicar, o que significa dizer que já tivemos dias bem melhores do que os atuais, em que mais de 33 milhões de pessoas estão sem ter o que comer diariamente, segundo levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
Até Renata Vasconcellos escolheu ir à sabatina com um par de sapatos vermelhos. Nem adianta Bolsonaro e bolsonaristas tentarem reagir. “Não tem nada que me vença”, já disse Lula. É esse homem de 76 anos, forte e corajoso, que vai “cuidar” da gente.
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