A NOVA ORDEM NA ALDEIA DO ROCK

No palco do Rock in Rio surge Sônia Guajajara, chamada por Alícia Keys, estrela da música pop norte-americana. Entre canto Sônia fala ao mundo o lamento dos povos indígenas e a saga da Amazônia, onde finda e se escancara a violência e apetite da grande serpente do ocidente e seu mercado que vê, sob a terra e água da Amazônia, muitas possibilidades. Minérios, gases, energia, madeiras nobres, substâncias desconhecidas da floresta diversa. Gente se acaso houver entre esse mato todo não importa muito ao império do capital que quer se instalar e a tudo trair e possuir.

A legitimidade e empoderamento das mulheres indígenas entre a voz das lideranças tradicionais.

Sônia Guajajara não só revela um protesto como traz uma nova ordem à aldeia. A mulher indígena vai lentamente ocupando seu lugar de destaque na voz das etnias, tomando o microfone de antigos caciques e estabelecendo novas palavras no código evidentemente machista entre tradicionais comportamentos na aldeia, definindo novos espaços para atuação das mulheres além da circunscrição dos afazeres domésticos. A mulher indígena vai construindo novas reivindicações de direitos de gênero e fortalecendo antigas lutas de seus povos. O poder de participação das mulheres nas comunidades só faz crescer. Se a mulher indígena sempre foi a guardiã de conhecimentos tradicionais e habilidades restritas ao gênero, hoje ela se torna interlocutora fundamental no diálogo com a sociedade envolvente.

Sonia Bone Guajajara, nascida na aldeia Tentehar no Maranhão, graduada em letras e pós graduada em Educação Especial, é coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, referência nacional e instância de aglutinação e diálogo entre várias etnias. De uma maneira peculiar Sonia indica aos homens que não haverá plano B na defesa do meio ambiente. Quebrar pedras na desigualdade entre os sexos e a servidão do poder vai dando é rock.

As mulheres são grandes protagonistas nos protestos recentes dos Guarani na avenida Paulista.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

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