Após a morte do policial militar Hiago Mariano Nogueira Gobi, de 24 anos, na noite de terça-feira (17), ao reagir a um assalto na Vila Monte Alegre, Zona Sul da capital paulista, a população da região conhecida como Fundão do Ipiranga, localizada na Zona Sudeste de São Paulo, tem vivido momentos de terror.
A morte, de acordo com vídeos registrados por câmeras de segurança, decorreu de uma troca de tiros em reação a uma tentativa de assalto. Um dos assaltantes, um jovem de 20 anos, também faleceu.
Desde então, as comunidades dos bairros de Jd. São Savério e Parque Bristol estão em estado de alerta.
De acordo com relatos, os policiais têm abordado pessoas aleatoriamente nas ruas, invadido casas, torturado pessoas e, inclusive, chegaram a sequestrar a mãe e a esposa de um dos jovens envolvidos no conflito.
Esse tipo de retaliação, também conhecida como “operação vingança”, não é novidade nas periferias brasileiras. Em julho deste ano, o país presenciou cenário idêntico após a morte de um soldado da ROTA, no litoral paulista. A chamada “Operação Escudo” terminou com morte de 28 civis, sem contar os casos de tortura e ameaças.
“Esperamos que além de lamentar a morte do PM, a Ouvidoria das Polícias também tome providências para que ações arbitrárias, violentas e ilegais, como as que estão ocorrendo no Fundão do Ipiranga, sejam averiguadas e devidamente coibidas. Se for na base do olho por olho, dente por dente, toda a PM terminará cega” – afirma liderança comunitária que, por motivos de segurança, prefere não ser identificada.