NOSSAS PRESIDENTAS NUESTRAS

São demais os perigos desta vida quando as mulheres não se deixam no céu como esquecidas, aprendi cedo na poesia do poetinha, e no meu país, agora, hoje, vejo o encontro de mulheres que foram presidentes. Lindas, fortes, senhoras.

“Me desculpem os homens brancos, mas, geralmente são homens ricos, brancos e velhos na política, e não negros e mulheres.”

Mesmo sendo homem, não entendo muito o que nos desconcerta tanto numa saia dona de si, vestido livre e mandatário. Nada mais horrorível, como dizia com amigos quando criança no interior, do que ver uma mulher de toga. Poder é estar sedutora e dona do mando. Isso talvez dê curto-circuito nas sinapses, os antropólogos que expliquem. De mim digo que me constrange ver a lucidez da mulher, seu jeito, cair nas mãos de um Temer, um Macri, um Trump. O mundo já é feio o suficiente para ter galanteadores nos atazanando com suas arcaicas formas.

Mas vamos aos fatos e fotos: era uma grande sala na Liberdade, sala lusíada em território japonês da metrópole. Centenas de cadeiras aprumadas e um tênue silêncio. Tudo parece querer e aguardar mulheres ausentes que dirão  aos homens velhos e jovens, mas principalmente às mulheres sempre destronadas na América do Sul,  a triste parte que lhes cabem nas terras da grande América, pois quem manda aqui são coronéis.

Tudo vai se povoando de jovens, muito jovens, e uma gente preta, parda, branca, barbudos, senhoras. Mulheres delicadas e fortes como araucária nos prados, aguardam todos ao palco. Ex-presidentes damas após os reis intrusos que pervertem sempre o sul da América.

Grupos do público protestam contra a organização do evento para a liberação de área reservada no salão. Logo o protesto tem efeito e a liberdade mostra sua glória e bairro. O auditório é de todos e se enche de certeza e fé no que é certo é certo, o voto.  Fora Temer! É frase comum que ecoa.18dc

Enfim as mulheres chegam ao palco. Grandes mulheres, mais doces e firmes do que pedra de engenho. Pura cachaça na alma da gente que ama a democracia. Tão íntimas se expõe a todos.  Dilma e Cristina são seus nomes. Nós homens seguimos obtusos, acanhados, cretinos. Viva o mercado, dizem os engravatados.4dc

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

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