Nós, que amamos a revolução, resistiremos em marcha!

Foto: Lula Marques

Depois de mais de 150 km divididos em três colunas, o tão esperado dia de pisar perto do Congresso Nacional, que deveria ser a casa do povo, está chegando. Nesta terça-feira, dia 14 de agosto, o acampamento será bem próximo de onde funciona o coração da política brasileira.

Retomando a frase “marchar novamente é preciso”, o MST revive momentos históricos. Reivindicar direitos é uma obrigação dos lutadores do povo e faz parte do papel que reservaram ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na história, como um instrumento político da classe trabalhadora do campo e da cidade.

Entendendo as eleições como um momento tático de tensionar o debate político, a Marcha Nacional chega ao Distrito Federal com quatro grandes temas: o trabalho de base, o povo como sujeito que constrói a sua história e eleva a sua consciência, o poder popular, e os nossos direitos à terra, moradia e trabalho.

Foto: José Eduardo Bernardes | MST

Segundo Marco Antônio Baratto, da coordenação nacional do Movimento, a Marcha é para mais do que a ideia de que todos possam ter direito a trabalhar e viver dignamente, mas que “todos possam ser donos de suas vidas e de sua força de trabalho, sem serem explorados”.

Amar o povo e estar ao lado do povo é disputar a consciência, por muito tempo forçada a trabalhar em favor do agronegócio, dos grandes empresários e do capital, apresentando um novo projeto de Brasil, onde a vida de cada cidadão importa, e o princípio da solidariedade, da alimentação saudável, do trabalho para construir a liberdade, da moradia e da terra criem um outro jeito de viver. Este é um projeto que vai além da política, mas trabalha o ideológico da sociedade.

 

[…] a Marcha é para mais do que a ideia de que todos possam ter direito a trabalhar e viver dignamente, mas que “todos possam ser donos de suas vidas e de sua força de trabalho, sem serem explorados”, diz Marco Antônio Baratto, da coordenação nacional do Movimento.

Palhaço Sassarico, como é conhecido o companheiro da Bahia, mora em São Paulo no Acampamento Marielle Vive, e é um destes lutadores do povo. Acompanhando o MST desde o seu surgimento, ele diz que é muito feliz em marchar novamente, depois de participar d Marcha de 2005. Ele é um dos incansáveis que atuam na Marcha, sempre com um sorriso no rosto. Sassarico ainda diz que, se depender dele, ele vai marchar até o final. “Eu tenho duas vontades, a de conhecer tudo que é Acampamento e lutar com os companheiros, e a de ver Lula Livre”.

Na multidão também está Irma Brunetto, lutadora do povo que constrói as fileiras do MST desde 1984. “A minha vida foi a construção do MST”, ela fala com leveza. Irma cita o poema de Bertold Brecht, que diz que “na luta de classes todas as armas são boas: pedras, noite e poemas”, e que estar na rua faz toda a diferença na luta. “Como dizia meu irmão, Egídio Brunetto, o importante é povo na rua”.

Foto: Leonardo Milano/Mídia Ninja

Ênio Bohnenberger, militante histórico do Movimento, fala das emoções muitas de estar novamente em marcha, revivendo as lutas de 1997, 1999 e 2005. Segundo ele, “os três riscos vermelhos que desaguarão em Brasília” representam a força e a unidade do povo.

“Marchar com o povo brasileiro é um ato histórico e heroico. Para nós, brasileiros, marchar por Lula Livre é especial. Marchamos de cabeça erguida, olhando para frente, mas também olhando para o lado, para o povo. Nós temos que assumir a responsabilidade da tarefa da mudança, nós lutamos pelo Brasil que queremos, tomamos em nossas mãos o sentido da caminhada e organizamos o nosso sonho”, conta Ênio, emocionado com a força que o campo popular tem quando se une e marcha por terra, reforma agrária popular e por transformações sociais para construir um novo Brasil.

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