“Negacionista” é lançado em linguagem “pop art”

Com um videoclipe de animação inspirado na estética "pop art", o compositor Rodrigo Piva lança nas plataformas digitais, nesta quarta-feira (28), o single “Negacionista”, uma crítica bem humorada ao comportamento de uma parte da população que faz pouco caso da ciência e nega a existência da pandemia.

Com um videoclipe de animação inspirado na estética “pop art”, o compositor Rodrigo Piva lança nas plataformas digitais, nesta quarta-feira (28), o single “Negacionista”, uma crítica bem humorada ao comportamento de uma parte da população que faz pouco caso da ciência e nega a existência da pandemia.

Dirigido pelo cineasta Marko Martinz, em parceria com a artista visual Pati Peccin, o clipe utiliza a técnica de animação conhecida como “cut-out”, que consiste em recortar figuras de papel e animar quadro a quadro. A reprodução da sequência desenvolvida com a junção desses frames (quadros por segundos) cria uma ilusão de movimento.

A produção musical é do guitarrista James Liberato, que também fez a captação de áudio e a mixagem, com a participação dos músicos Everson Vargas (contrabaixo) e Miguel Liberato (bateria).

O pop-rock “Negacionista” é a segunda música que Rodrigo Piva compõe em tom questionador sobre comportamentos político-sociais durante a pandemia. “Nesses tempos sombrios, a arte se torna ainda mais necessária. No ano passado, lancei “Fake News no Samba”, que ironiza a postura ideológica adotada por alguns artistas. Nessa mesma linha, Negacionista aborda o estranho comportamento de uma parcela da população que duvida da pandemia e é contrária às medidas de isolamento social”, explica o artista. Rodrigo conta que “a música foi composta em fevereiro deste ano, depois de uma rápida caminhada na avenida Beira-Mar Norte de Florianópolis, quando avistei várias pessoas usando máscara no queixo (ou sem ela).” E complementa: “Sou da opinião que todo artista deve se posicionar ou encampar uma causa para que sua obra faça algum sentido. Espero que o novo single e videoclipe sirvam para isso. Com leveza e bom humor, que, para mim, são fundamentais”.

A linguagem e processo de criação do clipe

O diretor Marko Martinz, da Vinil Filmes, conta que a ideia de usar a técnica cut-out e da parceria com a artista Pati Peccin surgiu logo após ouvir a música e, nas primeiras conversas com o compositor, que o convidou para dirigir o clipe:

-Pensando no contexto da pandemia, sugeri que fizéssemos uma animação, já com a Pati na cabeça. Eu e a Pati já trabalhamos juntos antes, no clipe “Chapecó Texas” dos Irmãos Panarotto, e no “Revolution”, um trabalho feito em 2020, para a Orquestra de Ouro Preto. Na hora em que ouvi “Negacionista”, não tive dúvidas que poderíamos explorar essa técnica, pois a música é muito imagética, muito sugestiva. A Pati topou a empreitada, fizemos algumas reuniões virtuais, ela fez a pesquisa de imagens e animamos em três dias. Depois fiz a edição e ficou lindo. Sempre usando máscaras e mantendo o distanciamento. 

A artista visual Pati Peccin lembra que a letra composta por Rodrigo “foi o ponto de partida para pesquisa de imagens para a criação dos personagens do clipe. A partir disso, montei o repertório de imagens para recortar. Foram realizadas duas diárias de gravações com o Marko e posteriormente enviei para ele imagens recortadas digitalmente para criar o “stop motion” no programa de edição de vídeo.” 

A temática política

Sobre a receptividade e o impacto do novo trabalho, o diretor Marko Martinz acredita que “ainda que o clipe seja uma crítica ao momento atual, tudo é feito de forma bastante lúdica, como é de se esperar numa animação/colagem. A letra é bastante direta, então ficamos livres para “brincar” com as imagens. Como o assunto é sério e envolve vida e morte, tomamos cuidado para não usar imagens comprometedoras, sem ofender ninguém em específico. Acho que quem poderia ficar ofendido, nem vai ver o clipe. O título já desperta revolta e provavelmente dirão: “Negacionista? Não vou ver esse clipe!”. Na opinião dele, o clipe funciona “como um registro desses tempos bizarros que estamos vivendo, de pós-verdade e fake news“.

– Trabalhar sobre a temática política é como sair da minha zona de conforto. A questão deste viés caótico que estamos vivendo, principalmente o setor cultural que se aquece de eventos sociais, tem sido bastante afetado na pandemia. Acredito que esse trabalho para mim é uma maneira de expurgar tudo que estava travado em minha garganta, mas pelo viés de outras palavras e outra voz. (Pati Peccin)

Ficha Técnica de Negacionista

Autor/intérprete: Rodrigo Piva

Guitarra: James Liberato

Baixo acústico: Everson Vargas

Bateria: Miguel Liberato

Gravação e mixagem: Estúdio Bem-te-vi (James Liberato)

Gravação de voz (Rodrigo Piva): Lacerda Estúdio

Masterização: Alécio Costa Studio

Videoclipe (direção/animação): Marko Martinz / Pati Peccin

Tradução (legenda): Karina Thornhill

Assessoria de comunicação: Linete Martins Assessoria

Produzido em fevereiro/março de 2021

Link do evento: 

https://www.facebook.com/events/1139236729833229

Link onde o clipe estará disponível:

Biografias:

Rodrigo Piva

Nascido em Porto Alegre/RS, o cantor e compositor Rodrigo Piva é neto do sambista Túlio Piva e começou sua carreira ainda na adolescência. Aos 15 anos ele já acompanhava o avô em apresentações musicais e programas de rádio e TV em Porto Alegre, e em shows pelo interior do Estado. Nos anos 80, Rodrigo começa a carreira musical solo em festivais universitários e na movimentada noite porto-alegrense. No início dos anos 90, mudou-se para Florianópolis. Já produziu os álbuns: Contraste Brasil (1996),  Menina de Floripa (2002), Na Garganta do Artista (2011) e Canto Quântico (2018).  Ao mesmo tempo em que realiza trabalhos autorais, Rodrigo Piva dedica-se à organização do acervo e à preservação da memória do avô. Em 2005, produz, juntamente com Márcio Gobatto, o CD-Book Túlio Piva – Pra Ser Samba Brasileiro, um resgate musical e literário da obra de seu avô. Antes disso (1996) já havia produzido o CD Túlio Piva – Composições Inéditas (Funproarte), que registra 14 obras inéditas do sambista gaúcho. Em 2015, participou da produção e direção musical do filme sobre a vida e obra de Túlio Piva – Pandeiro de Prata, dirigido por Marko Martinz. Em 2019, deu início à produção do programa musical de entrevistas “Você Já Foi a Floripa”, ainda inédito. Em 2020, lançou o single “Fake News no Samba”, com produção do violonista Luiz Sebastião Juttel.

Marko Martinz

É sócio-fundador da Vinil Filmes.

Formado em comunicação social, trabalha com cinema e TV desde 1999. É documentarista, videomaker e diretor de videoclipes. Entre seus trabalhos mais recentes, assina a direção de fotografia e montagem do documentário “Tio Tommy”, dirigido por Loli Menezes. Dirigiu as séries “Você Já Foi À Floripa?”, de Rodrigo Piva e “Urban Sketchers Florianópolis”, as duas com estreia na TVAL ainda em 2021. “Negacionista” é seu terceiro trabalho em parceria com Pati Peccin.

Pati Peccin

Pati Peccin é Mestre em Ilustração Artística pelo ISEC (Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa-PT) com pesquisa voltada para o desenvolvimento de colagem e técnicas mistas. Sua carreira profissional tem 13 anos de experiência em audiovisual no âmbito da cenografia e direção de arte em São Paulo, tendo migrado há 5 anos para artes visuais. Participou da equipe de arte em diversos curtas-metragens e longas metragens, como “Estrela Radiante”, 2011, de Fabiana Servilha e o longa-metragem de terror B americano “Flying Virus” 2003. Em parceria com MarKo Martinz, da Vinil Filmes, realizou os videoclipes de animação “Chapecó Texas”, para os Irmãos Panarotto, 2019 e “Revolution” para Orquestra Ouro Preto em 2020.

James Liberato

Iniciou seus estudos de música aos 13 anos de idade e, aos 15 anos, já era professor auxiliar de violão no Liceu Musical Palestrina, em Porto Alegre (RS). Na década de 80, participou de várias formações de música popular, apresentando-se em bares e casas noturnas e na década de 90 passou a dedicar seu trabalho de compositor e arranjador no Projeto “Off Road”, com o qual foi premiado e deu o nome ao seu primeiro CD. Lançou também os CDs “Sons do Brasil e do Mundo” e “Sotaque Brasil”, todos gravados de forma independente. Tem Bacharelado em Música (violão erudito) na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, além das apresentações, se dedica ao ofício de professor de violão, guitarra e baixo.

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