Na noite desta segunda-feira (22), o músico negro Luiz Carlos Justino foi preso injustamente pela segunda vez. Em 2020, Justino foi preso com a acusação de assalto a mão armada, crime que não cometeu. Mesmo absolvido, os oficiais estavam em uma blitz e pediram a documentação de identidade do artista. Ao verificarem a foto da identificação no sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, foi constado um mandado de prisão em aberto. Justino foi novamente levado para a delegacia.
Por Thaís Helena Moraes
Na terça-feira (23), o advogado de Justino pediu à Justiça que o mandado de prisão fosse retirado do sistema e obteve resposta favorável. Segundo o músico, ele já foi parado pela polícia em outras ocasiões, mas era sempre liberado ao explicar a situação. Dessa vez foi diferente: ao ser parado por uma blitz após um jogo de futebol, Justino foi detido e levado para a 79a DP (Jururuba) antes de ser liberado.
Em 2020, Justino foi preso injustamente depois de ser acusado de assalto a mão armada. Na época, o músico tinha contrato com uma padaria, onde tocava aos domingos. No dia do crime, Justino trabalhava a sete quilômetros do local. Ele estava acompanhado de outros músicos quando foi parado por uma blitz. O músico alegou estar sem seus documentos porque fora furtado no carnaval, e então foi preso. Justino ficou detido por cinco dias. Após ampla repercussão do caso em Niterói e da verificação de sua inocência, Justino foi liberado.
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro confirma que Justino foi absolvido e que sua foto foi retirada do álbum de suspeitos da delegacia. “É muito danoso para a vida do Justino, que é um cara completamente integrado à comunidade onde vive, dedicado à música, ficar sucessivamente sendo submetido a este tipo de abordagem policial”, afirma o advogado de Justino. “A gente espera que este evento não se repita mais de agora em diante.”