MTST, A luta é pra valer!

É pela luta (a única alternativa que se apresenta) que o povo sem medo de lutar conquista seus direitos. E foi por meio de uma ocupação, ocorrida nesta quarta-feira (01) no Escritório Regional da Presidência da República (EPR), em São Paulo, que os trabalhadores sem teto do MTST fizeram o governo golpista recuar em mais um de seus projetos ataque aos trabalhadores.

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Manifestantes do MTST protestam na Av. Paulista

Uma das primeiras ações de Michel Temer, logo ao assumir o governo interinamente, foi o de revogar a construção de 11.250 unidades unidades do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), aprovadas por Dilma Rousseff poucos dias antes de ser derrubada.

Em resposta o MTST e a frente Povo Sem Medo organizaram, no domingo passado (22),  um ato em frente à casa do presidente, no bairro de classe alta Alto de Pinheiros, em São Paulo. O ato não teve chance de chegar até a fachada da casa, pois as ruas em volta foram todas barradas pela PM de São Paulo. Assim os movimentos, que tinham ido apenas para chegar até a casa e realizar um ato simbólico,  decidiram realizar uma ocupação que ali ficaria até que o legítimo direito de se manifestar fosse respeitado.

A resposta presidencial veio rápido,  e seguindo a cartilha de seu Ministro da Justiça Alexandre de Moraes, ex-secretário de segurança pública de SP, o que deveria ser tratado com dialogo foi substituído por violência e repressão. E foi assim que a PM paulista tratou os ocupantes, naquela mesma noite de domingo, com bombas, caveirões e porrada.

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Policia garante prisão de manifestante com uso da violência

Com a luta não tem arrego, muito menos com a falta de uma casa própria, e por isso, no começo da tarde dessa quarta mais um ato do MTST saiu às ruas da cidade para reivindicar seus direitos e iniciou sua caminhada no Masp, na Av. Paulista. Por volta das 14:00 com 3 mil pessoas  seguiram pela avenida e ocuparam hall do prédio onde fica o escritório regional da presidência da república, também na Av. paulista para começar mais uma ocupação em territórios golpistas.

A pauta principal ainda era pressionar as contratações das unidades canceladas, mas era pontuado como motivo também, denunciar a violência que haviam sofrido nas redondezas da morada luxuosa do presidente.

O ato seguiu organizado e pacífico  até que um dos ocupantes que participava de uma assembleia da ocupação em meio a Av. Paulista, após ter soltado rojões em direção ao céu, foi violentamente arrancado do ato. A tensão se iniciou quando o manifestante arrancado passou a receber cacetadas dos PMs que o conduziam, o que bastou para que o restantes dos manifestantes que presenciaram a cena se aglomerassem em volta dos policias pedindo para que não houvesse violência desnecessária. E como é claro na cartilha, o que poderia ser resolvido em diálogo foi respondido com bombas, tiros de borracha e porrada. A repressão durou por vinte minutos, com pelo menos cinco bombas e alguns tiros dados, além de seis presos. Os ocupantes voltaram a ocupação, mas sobre forte policiamento nas esquinas ao lado.

A tensão continuou o restante da tarde enquanto o batalhão de choque se mantinha no quarteirão vizinho, e só acabou depois que outro ato, puxado “por todas elas” (um ato de mulheres para denunciar a cultura do estupro), passasse em frente da ocupação separado pelo cordão feito pelo choque, que foi embora após o ato das mulheres. E finalmente a ocupação foi deixada em paz, para poder cuidar de sua organização interna. No final da noite veio a notícia, em conjunto com os seis detidos que foram liberados (afinal não havia motivo para sua detenção), de que o governo golpista recuara diante da pressão do movimento.

Serão mantidas a construção das unidades, como foi anunciado em nota no site das Ministério das Cidades – a seleção das unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, modalidade Entidades, previstas nas portarias 184 e 123 – deixando claro para Guilherme Boulos, líder nacional do MTST, que “aqui não tem arrego, arrego tem lá em Brasília”.

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Manifestantes do MTST comemoram

 

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